Relicário e o tempo

CORASSIS



Em cada retalho de esperança 
ele tenta costurar uma bandeira branca universal
no mundo adulto
não tem vontade de ficar desperto
era criança, não tinha salário, mas tinha emoção!
hoje reluta em tempo adulterado
seu salário e como apanhar cactos com as mãos
sangra
esse custo de vida
uma feira livre gigante
com preços improváveis
esse menino procura na feira do troca um relicário
e descobrir se existe um pouco de   felicidade guardada nele
brincar pelo percurso
menino que não mais existe
nas trincheiras juvenis 
sempre foi de um sonho colossal
e não se desprendeu
da vida pacata inocente infantil
recatar a maldade 
dos dentes amolados da perversidade, perdoem e nem ousem entender
este jovem de mente cauterizada
é uma questão de essência
nas expectativas mais grata da memória
que não quer compactuar com nada
sem emoção, com este indigesto passageiro, chamado tempo.
 
 
  • Autor: CORASSIS (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 29 de setembro de 2022 09:45
  • Comentário do autor sobre o poema: Imagem de Otto Wenninger por Pixabay
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 52
Comentários +

Comentários5

  • Maria Ventania

    O tempo não apaga os momentos de alegria, onde viver era a única premissa. Depois a palavra muda para " sobreviver ", fase adulta onde a realidade se mostra implacável. A poesia demonstra a transição e suas angústias com verdade e beleza. Beijos ao mestre!!!

  • Maria dorta

    Ainda bem que a passagem do tempo não escaneou os belos sentimentos que o garoto sentia e que ,pelo presente poema, está provado,ainda guarda no peito,selado. Só tem o tempo te favorecido,poeta, por ter guardado esses tesouros de menino guardados. Aplausos de pe'!

  • Vilmar Donizetti Pereira

    Nesse relicário do tempo, mesmo com todos os infortúnios e dificuldades, esse menino não perdeu a sua essência e os seus sonhos. Muito bom... um abraço e tenha uma boa noite!

  • Ema Machado

    O tempo traz e leva, tateamos às cegas. Aprendemos a duras penas, mas, não seríamos o que somos sem elas... Uma belíssima composição, amigo querido. Grande abraço,

  • CORASSIS



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