Tudo que eu sempre quis

Letícia Alves

Uma manhã que lentamente começa a construir-se.

Um café quente como as ondas do raio de sol 

de dias de verão na varanda;

Páginas de um livro tão velho que tão amigo,

sendo folheadas, lidas com carinho.

Uma gota de café que nele cai 

e forma a desarmonia.

— Ó vida cheia de (des)graça!

O pássaro avoando por todo lado

canta, como quem ri da situação, 

e num desencanto que encanta 

um tanto desfaz esse reclamo.

Olhos na natureza;

Na graça da harmonia da sinfonia desarmonizada.

Umas casinhas brancas, umas árvores verdinhas...

(Penso em quanta história não carregam 

essas coisas simples.)

Pessoas passando, simplesmente vagando.

Vejo rostos diferentes e vidas diferentes,

concomitantemente, almas com os mesmos 

dilemas. Risos e problemas. 

Todos alunos da mesma vida que hora ou outra rima.

Um verso à solta;

Uma palavra à volta;

Uma linha ao vento;

Um texto insólito.

Respiro e penso em Deus...

Agradeço pelo ar, o respirar...

E nesses instantes a manhã se faz,

emoldurando seu belo quadro, 

nas veias do tempo da minha mente

de belas memórias carente.

 

  • Autor: Hyun (em coreano significa: iluminado/inteligente) (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 1 de setembro de 2022 17:03
  • Comentário do autor sobre o poema: O cotidiano e seus pensamentos rápidos da manhã em beleza.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 11
Comentários +

Comentários1

  • @(ND)

    Quão cheio é o teu pensar poético e quanta hamonia é tua desarmonia, e reflexivas memórias... Linda poesia poeta LetíciaAlves, amei ler-te. Tenha um dia de paz. Abraços!

    • Letícia Alves

      Ah! Esse teu comentário alegrou-me o dia! Gratidão.



    Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.