Ao sair
Favor fechar a porta
Não quero que entre
O tipo de gente
Que finge que se importa
Por aqui
A casa está vazia
Estou confortavelmente
Jogada no sofá
Em minha própria companhia
A janela está entreaberta
O portão não foi trancado
Ainda faltam alguns móveis
E, ao mesmo tempo, não tem espaço
Não tem espaço no meu quarto
Em dias de chuva tem goteira
O colchão está mofado
Mas a geladeira está cheia
E tem vinho importado
Estou gostando do contraste
Dos rebocos das paredes
Com os lustres rebuscados
Ainda faltam uns enfeites
E, ao mesmo, tempo não tem espaço
Não tem espaço no meu armário
A música está alta
Eu dançando entre os entulhos
Pela manhã, pintei tudo de cinza
Ao entardecer, já tinha trocado
Não sei quando a obra termina
Talvez ainda falte um bocado
Tem sido uma grande faxina
E, por enquanto, não tem espaço
Não tem espaço ao meu lado
- Autor: Manoela ( Offline)
- Publicado: 1 de junho de 2020 06:45
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 26
Comentários5
Manoela... Que talento, menina. Dá gosto te ler, viu??
1 ab
Muito obrigada pelo comentário, Nelson!
Belo poema, bem sincronizado parabéns poetiza!
Obrigada, Ernane! Muito legal ser tão bem recebida Por aqui.
Seja bem vinda Manoela!
Abraços!
Manoela, muito bom mesmo seu poema: independência, suficiência e bem estar!
Muito obrigada, Cecília! Estar em casa é gostoso mesmo! (Risos)
Eu adorei! Muito bom mesmo, parabéns!
Manu,
Perfeito!
A mobília e os sentimentos se combinam dando sentido e muita beleza à métrica. Incrível.
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