Conforme a perfeita
lei da natureza,
fruta não estraga no pé.
Completa a maturação,
plenos a forma, a cor,
o perfume e a doçura,
a fruta se solta do galho
e apodrece no solo,
entre vermes e insetos.
Madura, cumpri meu ciclo.
O espírito, inquieto, continua
preso aos encantos do mundo.
O coração, amante, permanece
atado a doces laços.
Mas o velho corpo já invoca
a sábia lei da deiscência
e se curva para o chão.
- Autor: Cecília Cosentino (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 1 de junho de 2020 06:29
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 19
Comentários7
Cecilia, Cecilia, que exuberante poema que se fecha brilhantemente com o último terceto.
Parabens, menina.
Muito obrigada, Nelson! Você não acreditaria no bem que me fazem seus comentários. Abraço
Cecília, amei a analogia dos frutos caindo com o corpo que, ao envelhecer, se encurva em direção ao chão. Lindo e profundo!
Muito obrigada, Manoela
Que analogia mais perfeita, Cecília. lindo!
Drummond já disse que o Outono é a estação da alma, e seu poema confirma o que disse o poeta.
A poesia emana dos versos, docemente, Cecília. Dá pra ver. Parabéns . Beijinhos de Luz
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