Cecilia

FIM DE OUTONO

Conforme a perfeita

lei da natureza,

fruta não estraga no pé.

 

Completa a maturação,

plenos a forma, a cor,

o perfume e a doçura,

a fruta se solta do galho

e apodrece no solo,

entre vermes e insetos.

 

Madura, cumpri meu ciclo.

O espírito, inquieto, continua

preso aos encantos do mundo.

O coração, amante, permanece

atado a doces laços.

 

Mas o velho corpo já invoca

a sábia lei da deiscência

e se curva para o chão.