Você abre a porta, esquecida da hora,
ninguém mais estranha a sua demora.
Vaidosa, capricha na sua elegãncia
à qual ninguém dá a menor importância.
Você dorme tarde, a cama é tão fria!
Em quem encostar, se o medo arrepia?
A quem confiar sutís desenganos,
as contas, os sustos, os sonhos, os planos?
Você está farta da casa em silêncio,
de vinho sem brinde, de noite sem beijo.
Sensata, procura calor e alegrias,
mas há dias cheios de horas vazias.
Viver cada dia é um velho costume.
Em paz, com saúde, engole o queixume,
inventa coragem, disfarça a saudade.
A vida ainda é boa, só falta a metade.
- Autor: Cecília Cosentino (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 29 de maio de 2020 07:11
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 32
- Usuários favoritos deste poema: Manoela
Comentários7
Que perfeita descrição da solidão sem melancolia, e sem manias.
Teus versos expuseram em quadras bem montadas um cotidiano da vida.
1 ab
Muito obrigada, Nelson
Eu pude sentir a solidão em mim ao ler seu poema!
Obrigada, Jakeline. Nem é preciso perder o companheiro para a solidão nos atingir!
Gostei tanto que li sorrindo. Concordo com o Nelson, falou de solidão sem melancolia, com até uma pitada de humor. Gostoso demais de ler.
Manoela, muito obrigada! Fico feliz demais em ser tão bem recebida! Abraço.
Um sentimento tão profundo, descrito com sem vitimismo, com elegância e maturidade
Muito obrigada, Carlos. Viemos ao mundo para fazer felizes, a nós e aos outros. Temos que tentar! Abraço
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