Dizem que o nada é assim
Apenas uma ficção
Que o nada não existe
Vazio que não cabe existir
Assim sendo, se nada tenho
Eis que tenho o impossível
E eu, tendo o impossível
Torno-me improvável
Mero personagem de uma ficção
Que ninguém assiste
Que ninguém assiste, pois inexiste
Resigno-me, inexistindo então
Resigno-me em não ser visto
Sou impossível, se não existo
Nesse mundo perfeito do existir
Onde o nada persiste em ficção
Mas não existe
Sou um impossível qualquer, pois nada tenho
Mas ao menos um mundo tenho
Ao menos um mundo
Para inexistir
- Autor: Hébron (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 27 de maio de 2020 17:50
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 36
Comentários7
Parabéns por sua percepção de olhar além do imperceptível.
A imperceptibilidade de algo não exime sua existência.
O filósofo ceticista resumiu suas teorias assim: " Penso, logo existo."
mas, se penso, também eu sinto e o mundo dos sentidos vai além
das percepções puramente carnais.
Obrigado pela sensibilidade do seu comentário.
Muito Tudo o seu poema... o nada não existe, o nada é algo, mesmo não identificado... valeu...
Obrigado! 🙂
O nada de fato não existe, mas na percepção do poeta, "não sou nada, não sou ninguém, mas no existencial sou alguém. Bom dia poeta
Obrigado, caro poeta Ernane!
Abraço
Que poema de cunho filosófico e existencial. Simplesmente maravilhoso, Hébron.
Abraços.
Wue gentileza, Shimul!
Fico muito grato por seu comentário.
Abraço
Parabéns Hébron! belo poema .
Poema com uma visão profunda e filosófica
Abraço
Obrigado, caro amigo.
Abraço
O que é o existir? "Penso, logo existo"
Na percepção dos sentidos, o nada também é um sentido... Profundo... Tiro o chapéu, parabéns!
Muito obrigado, Ema.
Fico feliz por seu gentil comentário.
Abraço
E por ser nada, lido bem com o nada que sou e não tenho nada do que me queixar...
Muito bem bolado e provocador até...
Parabéns amigo poeta!
Lucita, obrigado por ter lido e comentado.
Abraço
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