NO
HORA FAMÉLICA
Chico Lino
Sempre que a vida apresenta-se
Mais viva
Os delitos saltam aos olhos
Deságuam em instituições de correição
Hoje consigo atinar
O que tinham em mente
Técnicos da ex- FUNABEM
E professores da Escola
Constructor Sui
No bairro da Gávea
Promovendo debate
Entre crianças
Na PUC/RJ…
Era final dos anos oitenta
A atualidade faz-me Lembrar
Cecília: (fictício)
Aluna da Constructor Sui
Tinha nove, dez anos
(Essa era faixa etária debatedores)
Cecília: - não roubem, roubar é pecado…
Interno da FUNABEM: - eu dormia nas ruas, pedia às pessoas pro café, pro almoço; ninguém dava…
Quando via um relógio
Um cordão passeando
Pegava pra vender…
Na hora da pipoca
Perguntei à Cecília:
Se você acordasse de barriga vazia
Pedisse comida sem obter
A tarde toda sem comer
O que você faria à noite…
Cecília: - (confessa) eu também furtaria…
A fome transtorna o ser
-
Autor:
Chico Lino (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 30 de janeiro de 2022 12:39
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 87
Offline)
Comentários8
A forme transtorna o ser.
A fome transforma o ser.
A ganância também.
Triste, triste realidade que se repete e repete e repete.
... e na maioria das vezes o umbigo é o que importa, o próprio umbigo.
que pena.
abraço
Claudia Casagrande… gosto do título e do filme… A culpa é das Estrelas…
Pois é, mestre Chico Lino que sinuca de bico. Mas vamos de João Bosco pra entender a dimensão da coisa:
A raiva dá pra parar, pra interromper
A fome não dá pra interromper
A raiva e a fome é coisas dos home
A fome tem que ter raiva pra interromper
Abraços!
Perfeita lembrança, Poeta… Briga de Galo… tá lá o corpo estendido no chão…
Olá, Chico.
Perfeita descrição da realidade.
Contrapondo vivências em um choque de sinceridade!
Um grande abraço
Valeu, Poeta… parece a reedição da Era Sarney… o que houve antes…
Forte abraço…
Concordo!
Um grande abraço
Um registro manifestamente sociológico; constatações e reflexões valorosas. Parabéns, tchê. Baita abraço.
Poema de uma triste realidade que se multiplica.
Uma crítica crua, direta e necessária.
Abraço, Chico
Triste constatação: miséria e fome sempre se dando a mão. Quem tem pão no prato,nunca teve umbigo encolhido,pedindo algo para a fome parar de doer. A quem a fome acomete? Aos mesmos! Filhos de gente preta,mulatos,vindos das favelas para mendigar nas sarjetas...circulando,olhos baixos,entre nossos carros,esperando uma mão amiga oferecer o que têm de sobra,uma moeda pra comprar um pão! Todos se acautelam,vidros bem fechados,medo de serem assaltados e terem os seus excessos repartidos,! E quem são os bandidos? E nos,que atitude tomamos diante de uma geração perdida na rua,no vício,.e ainda são taxados de vadios,delinquentes,viciados,cheira_cola. Alguém toma uma atitude social? Cobra dos políticos bacanas?! E essas crianças sem vida nem comida nem futuro...E ainda nos achamos " gente bacana" quando damos uma pequena esmola!
Saudades de você, Chico Lino...
Também… Lembrei-me de você: A atualidade faz-me Lembrar
Cecília
Forte Abraço…
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.