Assim que der e puder
Quero descalço pisar a terra úmida
Sob o sol sentir o sal do suor na pele
O colorido das flores dilatando as pupilas
Correr de contra ao vento pra tentar voar
Da doçura do mel, corpo e alma alimentar
Em qualquer lugar estar esperando a noite
Ver surgir no azul escuro o brilho das estrelas
Minguante ou cheia, a luz do luar contemplar
Mesmo que seja longe, ir beber água na bica
Na capela do povoado com fé fazer oração
Sentar no chão de frente à casa do caboclo
Escutar seus causos raros pra sentir emoção
Admirar a moça cheirosa e suas belas tranças
Até mesmo fazer-lhes uns versos carinhosos
Agradar o gato, o cachorro magro animado
Ser premiado com o belo sorriso das crianças
Quando der e puder
Quero voltar pra dentro de mim mesmo
Redescobrir os reais valores contidos no Sêr
Nutrir, resgatar a criança, fazê-la de novo viver
Sair da mesmice ilusória de tempos modernos
Retirar o invólucro plástico da vida sem temer
Como disse o poeta n'um momento de lucidez:
"Viver e não ter a vergonha de ser feliz"
"Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples."
Cláudio Reis
- Autor: Claudio Reis ( Offline)
- Publicado: 24 de janeiro de 2022 16:38
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 24
Comentários3
Simplesmente perfeito o seu comentário poetisa!
Abraços.
Já estás com os pés bem enraizados neste país encantado da simplicidade,da raiz de vida,nossa evolução nos ensina que se anda em direção a ascenção e ela começa ...pelo pé no chão! Chapéu!
Pareço escrever para auto-interpretar-me por sua interpretação da leitura!
Seu comentário elucida o poema, cara amiga!
Abraços.
Nada é mais gostoso que o simples.
Lindo seu poema!
um grande abraço e um excelente dia
Quanto mais simples melhor, não é amiga?
Sempre bem vinda poetisa querida!
Siga feliz, abraço.
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.