Maximiliano Skol

MINHAS MÃOS



Olho pra minhas mãos, então me espanto:

Da face posterior rugas do punho

Formam vincos que o tempo, sem encanto,

Perfez-me sem aviso. E têm um cunho 

 

De  convincente ação, junto ao meu pranto,

Por aceitar que as rugas são o rascunho

Dos males que me esperam no ter tanto

De vivido, pois dão o testemunho.

 

Vou usar luvas e veste em longas mangas

E inda a fingir que friorento sou,

Ou não sair de casa... E sem mais zangas

 

Acolher o meu jugo e agradecido

Pela idade que ainda não deixou

No obituário o nome ao qual sou tido.

 

  • Autor: Maximiliano Skol (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 2 de Novembro de 2021 23:10
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 57

Comentários4

  • Claudia Casagrande

    SIM. Agradecer, pois cada ruga significa um trecho da vida, uma emoção a mais.
    belíssimo!
    grande abraço

    • Maximiliano Skol

      Querida Claudia, seu livro é uma lição de vida, e surpreso encontrei nele preciosas dicas literárias para o livro que estou escrevendo sobre a minha infância até os treze anos. Não resisti a saborear o seu café mais uma vez em seguida. Minha filha está a lê-lo e tenho certeza de que lhe será útil para sua perspectiva de vida.
      Um beijo.

      • Claudia Casagrande

        Que alegria saber que o senhor leu e releu o meu livrinho. Espero que sua filha goste e já quero ler o seu, sobre sua infância. Assim que ficar pronto, nos avise, por favor.
        Agradeço, de coração todo carinho e incentivo.
        Um grande abraço

      • Nelson de Medeiros

        Bom dia poeta;
        A cada soneto teu, meu amigo, sempre aprendo mais um pouco.

        1ab

        • Maximiliano Skol

          Bondade sua, meu caro Nelson, a recíproca seria mais aceitável.
          Um forte abraço.

        • Elfrans Silva

          Há uma promessa maravilhosa no Cânon de Deus: na velhice ainda darão frutos.
          - e essa canção bem formulada e orquestrada, nos arranjos de nossos idos tempos, prova que o antigo resiste ao tempo ensinando o novo a se valorizar sem perder seu valor com o chegar do inverno. À Deus toda a gratidão por dar-mos longevidade sem nos tirar a juventude. Amei seu poema poeta Max.
          Me senti melhor ainda rsrsrs. Abraços fraternos amigão. Paz e bem.

          • Maximiliano Skol

            Prezado amigo, Elfrans, a sua espiritualidade me surpreende, sinto- me confortável com ela, pois você conserva o que estamos perdendo nesses dias de tantas absurdas narrativas ideológicas.
            Um abração.

          • daniella krattz

            É o tempo que gosta de contar histórias.
            Maravilhoso seu poema.
            Grande abraço.

            • Maximiliano Skol

              Querida daniella, sinto- me honrado com a sua presença e comentário.
              Um beijo.



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