Maximiliano Skol

MINHAS MÃOS

Olho pra minhas mãos, então me espanto:

Da face posterior rugas do punho

Formam vincos que o tempo, sem encanto,

Perfez-me sem aviso. E têm um cunho 

 

De  convincente ação, junto ao meu pranto,

Por aceitar que as rugas são o rascunho

Dos males que me esperam no ter tanto

De vivido, pois dão o testemunho.

 

Vou usar luvas e veste em longas mangas

E inda a fingir que friorento sou,

Ou não sair de casa... E sem mais zangas

 

Acolher o meu jugo e agradecido

Pela idade que ainda não deixou

No obituário o nome ao qual sou tido.