Helio Valim

Fingimos não aceitar

 

Vivemos a “Carnis Valles”,

na evolução do “Entrudo”,

esperando “Cinzas” chegar!

Enquanto jogam de tudo

fingimos não aceitar.

 

Jogam todos contra todos

em injúrias e difamações

com narrativas e agressões

sob o profanado manto

da liberdade de expressão.

 

O prazer de tal cinismo

evolui do simples sarcasmo

de jogar “limões de cheiro”

à profanação, por inteiro,

da alma e carne da verdade.

 

Nos prazeres da festa da carne

falsear o real não é novidade,

sendo incredulamente natural.

Mas, quando encarado com fatos

o escárnio confirma-se imoral.

  • Autor: Helio Valim (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 2 de Novembro de 2021 12:52
  • Comentário do autor sobre o poema: Uma referência: “Limões de cheiro” eram esferas, do tamanho da palma da mão, no formato de limões ou laranjas, confeccionadas em cera, preenchidas, usualmente, com água perfumada, uma “febre” nos carnavais de antigamente, do início a meados do século XIX, no Rio de Janeiro, vendidos no Entrudo, no período do Carnaval (do latim Carnis Valles). Os foliões saíam às ruas, em grupos, e jogavam os “limões de cheiro” nas pessoas, não preservando ninguém. Algumas vezes, ao invés de água perfumada, jogavam líquidos fedorentos, além de talco e farinha. Com o passar do tempo essa “brincadeira” foi ficando mais agressiva, causando muita confusão, o que levou à sua proibição em meados do século. =============================== Conheçam o livro: "Isolamento, do Caos ao Imaginário" em: https://kotter.com.br/loja/isolamento-do-caos-ao-imaginario-helio-valim/
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 22

Comentários2

  • Ema Machado

    Uma lição e tanto! Parabéns, poeta!

    • Helio Valim

      Olá, Ema. Obrigado pelo comentário. Um grande abraço.

    • Claudia Casagrande

      Como sempre, grandeza de poema e mensagem, por meio dos até então desconhecidos para mim, "limões de cheiro"
      grande abraço

      • Helio Valim

        Olá, Claudia. Obrigado pelo comentário. Jogam “limões de cheiro” e profanam a alma e carne da verdade, com inverdades. Um grande abraço.



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