Nelson de Medeiros

CORTEJO



CORTEJO

 

Se existisse acaso seria acaso a escolta

Que vi na tarde gris, de tristeza coberta...

Ao campo santo, por serenidade envolta,

Seguia o cortejo pela rua deserta...

 

Estranha sensação de uma certeza incerta,

Encheu Minh! Alma dum vazio sem revolta;

E me esquecendo o compromisso de hora certa,

Por força invencível parei, dei meia volta...

 

Seguindo o funeral a dor minha alma inunda,

Ao saber que o corpo inerte ali escoltado

Era do amigo que na dor me deu guarida!

 

Pensei: Qual sensação seria a mais profunda...

A minha?  De inda estar no mundo acasulado,

Ou a dele, que ia livre para a vida? 

 

  • Autor: Nelson de Medeiros (Offline Offline)
  • Publicado: 2 de Novembro de 2021 00:59
  • Comentário do autor sobre o poema: Soneto feito para o querido amigo Arcy Moulais Lima ( Cici) que nos deixou muito cedo. Companheiro fiel de tantas lutas . Dono de uma voz possante conduzia nossas serestas pelas rua nas madrugadas. Uma lembrança constante.
  • Categoria: Ocasião especial
  • Visualizações: 39

Comentários4

  • Meno Maia Jr.

    A emoção toma conta ao ler teu soneto, nobre Poeta! um misto de tristeza e saudade de amigos, iguais o seu, partiram e cá estamos nós, sem saber bem a que! Parabéns Poeta!!! um abraço.

    • Nelson de Medeiros

      Boa noite poeta.
      Obrigado mesmo por participar desta emoção que atinge todos nós.

      1 ab

    • Barbara Guimaraes

      Lindo e perfeito poema...

      • Nelson de Medeiros

        Boa noite poeta.
        Obrigado mimha amiga. Sempre nos dando força para seguir...

        1 ab

      • Claudia Casagrande

        Sua especial homenagem transborda emoção e sentimento.
        Que lindo!
        Abraço

        • Nelson de Medeiros

          Boa noite poeta.
          De verdade, pois foi ele sempre o meu melhor amigo.
          Abraço

        • Maria Rodrigues

          Emocionante poema , parabéns poeta ,assim é a saudade de nossos amigos tão queridos que partiram



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