CORASSIS

Pingo de nada

Sou um pingo de nada 
enaltecido de horrores 
meu grito insano 
clama por socorro
nasci agora
não sei por que estou aqui
e aqui ,seres eloquentes 
prometem  e agem contraditoriamente 
nasci no meio de tanta sujeira 
onde dizem que viver vale a pena 
sou um pingo 
desprovido de tudo 
já me faltam as armas para vencer
me bastaria a paz
onde cessaria a dor
sou um pingo de incertezas 
no amanhecer do futuro
sou um pingo de Josés e Marias
que vivem e choram 
brincando de viver
porque fazem de nossas vidas brincadeiras 
sou um pingo de nada 
regido por normas
obedecer às desvantagens 
até quando nos querem cegos?
já me falta a fome 
por não ter o que comer
não preciso estudar !
porque seu doutor
me prometeu um dinheirinho
minha saúde
o que é saúde ?
apenas me dói 
dos pés à cabeça
sou um pingo de nada
inconformado com as proezas da maldade
me bastaria o amor
pois como o sol derrete o gelo 
assim dissolve a miséria e o poder.

  • Autor: CORASSIS (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 29 de Outubro de 2021 10:55
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 51

Comentários7

  • Nelson de Medeiros

    Boa tarde meu amigo. Grande poeta!
    Seu ´poema sociopolitico é o retrato do Brasil dos pobres que ainda tentam viver.

    1 ab

  • Hébron

    Bravíssimo, Corassis! Brilho numa escrita com uma poética inquietante.
    Um retrato ds ferida social crônica!
    Abraço

  • Shmuel

    Um pingo Também faz a diferença. Abraços ao amigo e poeta colibri, Corassis.

  • Claudia Casagrande

    parabéns pelo tema e pelo belo poema!
    grande abraço

  • LEIDE FREITAS

    Excelente reflexão. Boa noite!

  • Barbara Guimaraes

    Parabéns nobre poeta... és um senhor pingo!

  • Eras

    Bela reflexão e crítica, poeta.
    Que os pingos se juntem para tudo mudar.



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