Olhos que enxergaram o que era novo e hoje é antigo
Mãos que escreveram no verso de um cartão postal
Registros de emocionantes descobertas em lugares
Longas cartas que continham a saudade das paixões
Sobre o piso dos salões dançaram juntos moças e rapazes
Ao som dos conjuntos os rostos colados, tremiam corações
Quantas mudanças! Transformações num breve tempo
Passou tudo tão rápido quem nem deu p'ra perceber
De manhã éramos jovens, pela tarde veio o envelhecer
Por onde estivemos andando de cabelos compridos
Alegria escancarada, Jeans desbotado e
Boca de sino
No álbum de fotografias lembranças de uma juventude
Marcas que ficaram, lindos sonhos que pudemos ter
O escurinho do cinema é a recordação que mais dói
Éramos unidos nas aventuras somadas ao romantismo
Nossas gostos, ideias e vontades eram os mesmos
Fizemos da vida poesia! Assim fomos e seremos
Em cada dia vivido mais distante fica o olhar
Conseguimos num flash enxergar onde estivemos
Até mesmo sentir a emoção daquilo tudo que fizemos
Noites em claro vendo estrelas no céu até o amanhecer
Sol que arde, orvalho que derrete e aquela pressa de viver
Mas agora já estamos como os nossos ancestrais
Andamos devagar com a vida tendo saudade de nós mesmos
Queremos parar o tempo e sorrir p'ra vida, o bem fazer
Intensamente viver os últimos dias do resto de nossas vidas
Regar flores no Jardim, colher os frutos,
Deixar acontecer.
Cláudio Reis
- Autor: Claudio Reis ( Offline)
- Publicado: 20 de outubro de 2021 00:22
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 16
Comentários3
..."Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais"...
Impossível não citar Belchior, após ler este passeio poético, amigo colibri Cláudio Reis!
Boa noite!
Shmul meu amigo colibri!
Bem lembrado nosso poeta Belchior!
Muito da obra dele está inserida em nós e nos faz inspirar.
Gratidão querido!
Siga feliz.
Bela viagem de volta no tempo,
tanto charme , tanta vida e amor
bateu saudade .
parabéns por nos resgatar ! abraço amigo Cláudio .
Põe saudade nisso amigo Corassis!
Eu é quem sou grato poeta!
Abraços.
“ Longas cartas que continham a saudade das paixões “
“ O escurinho do cinema é a recordação que mais dói”
Difícil se apegar a poucos versos, prezado Cláudio.
Todos eles trazem recordações.
Um abração.
Nobre poeta Maximiliano Skol,
Admiro-te poetizando e comentando também!
Abraços.
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