Felicidade na casa n° 183

Passado, meu coração e memória tão infinita, é apenas meu amor insano por tempos melhores!
E hoje devo acalmar tudo, inclusive o leão que é nome do mal tempo corrente . Reviver de novo aquele clima : antigamente eu gostava muito de tomar banho na chuva, criança tinha apenas felicidade e a ansiedade por conta da próxima chuva, e ao descer rapidamente a rua que ia fazendo curva, e ela ia  desaguando como a cachoeira sobre um corpo infantil , eu tinha tanto tempo para apanhar frutas no vizinho , mas nem  percebia que eram frutas bem maduras , que ao caírem no chão perdiam o encanto ao paladar, dizia minha mãe, nem ligava, pegava no pé , dava um prazer danado...
Meu amor naquela época não vislumbrava  poder , jovem não se importa com valor , meu coração não tinha dor, minha arena particular era caríssima de se encontrar em qualquer lugar, eu me alimentava de pequenas saudades sem me definhar , corpo sã era bem verdadeiro: rua acima , rua abaixo cada esquina uma atração , era muita alegria impregnado no rosto e nas canelas tão ágeis cheias de energias , para proteger aquele mundo dos monstros de nossa inventiva imaginação . Toda promoção era bem vinda na venda do seu Rubens , tudo acabava em açúcar , sorvete para refrescar tanta emoção. Naquele universo eu queria ser o Ultraman , era normal para aquele colegiado , a menina que eu admirava queria ser a mulher biônica,  em cada ocasião os personagens mudavam : o jogador com  raça queria ser o Zico o Sócrates , alias era com as redondas de qualquer tipo que a criançada  se  divertia.
 Hoje a chuva me traz tristeza, o presente não traz clareza , meu pai ficou no meio do caminho ,mas navega no meu coração . As casas das ruas atrativas, deram  lugar a enormes edifícios, não encanto mas oportunidade a nova geração , tudo isso deixou de ser felicidade pra mim , está na memória ou melhor na rua Arapiraca n°183. As frutas só na feira , em carestia terrestre , em 2016 meu salário camponês era maior que hoje na mesma empresa a maneira feudal.