RENÚNCIA
Por que tanto amor?
Perguntei esta manhã à natureza
que amanheceu coberta de tristeza,
vertendo lágrimas de uma dor quase incontida...
De onde vem tanta dor?
Ela me respondeu num sussurro entristecido:
- Vem de longe, de um mundo atrás já vivido
e que ousaste buscar nesta vida...
Mas, que estranho amor é este, sem fim?
Perguntei à tarde silente e serena
que morria no fim do céu, lânguida e amena,
matizando de vermelho o horizonte...
Desde quando habita em mim?
-Desde o primeiro entardecer no mundo
quando juntos, em êxtase profundo,
dois corações se separaram num instante...
E por que a tudo resiste?
Indaguei da noite resplendente
que derramava seu luar resplandecente
Sobre minh'alma presa em desventura.
De onde vem esta saudade triste?
Disse-me a noite de prata engalanada:
-Almas gêmeas que se perdem na estrada,
ficam escravas deste amor triste e profundo.
Pra se encontrarem um dia novamente,
hão que nascer e renascer diuturnamente
com muita renúncia no mundo!
Nelson De Medeiros
- Autor: Nelson de Medeiros ( Offline)
- Publicado: 21 de junho de 2021 10:44
- Comentário do autor sobre o poema: Lembranças na solidão da pandemia...
- Categoria: Amor
- Visualizações: 34
Comentários4
Lindo demais, poeta! Aplausos! Abraço,
Boa noite, poeta.
Sempre um prazer ouvir tua opinião.
1 ab
Uma eternidade de aplausos !
abraço poeta
Boa noite poeta.
Sempre esperado o seu importante comentário.
1 ab
Como sempre, uma escrita com brilho!
Abraço, meu amigo
Não atoa que tenho um poema vosso como predileto! Vossa poesia é de um extremo bom gosto, sem contar a estilística sublime. É fato e contra fato não há argumento! um abraço, nobre Poeta!
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.