Claudia Casagrande

OVERDOSE



No último vagão

A recordação

Das suas tardes mais frias

Das maiores alegrias

Das luzes que transformavam

As noites em eternos dias.

Da imensidão de gente

Do barulho estridente

Do abraço caloroso

Tornando o gelado quente.

Da contagem regressiva

Da bola que cai de repente

Dá adeus ao velho ano

Traz o outro prontamente.

Da arte em toda parte

Das paradas de Natal

Do exagero de encantos

Da overdose visual.

 

Deixando o último vagão

Sem nenhuma ilusão

De um maior encantamento

Se encontrava deslumbrada

Se encontrava agradecida

Ao dilúvio de afeto

Carinho, delicadeza

Ao abuso de beleza.

Num tempo nem percebido

Estava inebriada

Com toda a neve lançada

Por alguém que a quer bem

Por alguém que já sabia

Que o seu deslumbramento

Seria eternizado

Até o último dia.

  • Autor: Claudia Casagrande (Offline Offline)
  • Publicado: 19 de Abril de 2021 21:25
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 103

Comentários7

  • Ema Machado

    Belo demais, menina! Parabéns!

  • Claudia Casagrande

    Muito obrigada !
    Fico muito feliz que tenha gostado.
    Beijos

  • Maximiliano Skol

    Querida Cláudia, até parece que você, realmente, se deslumbrou durante Natal e Ano Novo em New York, com overdose visual, auditiva e amorosa.
    Um beijo.

    • Claudia Casagrande

      Muito obrigada, doutor, por tanta delicadeza sempre.
      Foi exatamente assim, overdose visual, auditiva e amorosa.
      Meu filho estava fazendo um intercâmbio, e oito meses depois fomos eu e minha filha comemorar com ele o Natal e a passagem do ano. No último dia de uma viagem incrível, sem previsão de neve, entramos em um trem e quando saímos, na outra estação estava nevando. Foi fascinante.
      um grande abraço

    • Maximiliano Skol

      Querida Claudia, conheço um pouco de Nova York. Tenho um filme atravessando de carro a Washington Bridge, fiz exames para minha Licença em Medicina no Javits Convention Center e no Waldorf Astoria, passei um dia inteiro sendo avaliado para engajamento ao USA ARMY na guerra do Vietname. Perambulei, comprei livros na Barnes & Noble, comprei roupas na Barnes. Sofri atração amorosa por uma bar tender.
      Tenho fotos em frente e no topo do Empire State. Na icônica canção do Frank Sinatra havia ainda as Torres Gêmeas. Evitei visitar a Av. 41, da qual dizem ser um reduto de brasileiros. Eles são mal educados. Felizmente só estive por ali um pouco mais de dois anos. em Yonkers. Horrível trabalhar num Hospital em Nova York. Um médico, meu amigo de Seattle, me aconselhou: “ sai daí, é um antro de animais”
      Em Por Chester vivi uma esplêndida vida hospitalar. Era casado com Barbara Ann Houston. Estar em Manhattan à tardinha e à noite consiste num deslumbramento celestial Durante o Natal, mais ainda.
      Fico a imaginar quanto de euforia você sentiu, como se estivesse noutro mundo, e melhor com a segurança do filho ao lado.
      Mensagem com um texto prolixo. Desculpe- me a ousadia e o exibicionismo. Depois de lê-la, pode ser removida.
      Um beijo.

    • Claudia Casagrande

      Caro doutor, jamais julgaria seu textro como exibicionismo. É sua rica experiência de vida, que está dividindo comigo e isso me causa um imenso orgulho e um afeto ainda maior. Fico encantada só de pensar nesses dois anos e tudo o que eles lhe agregaram. Seu comentário é como um filme que assisti o começo e fiquei tentando imaginar o final.
      Agradeço, de coração pela atenção e carinho.
      um feliz dia

    • Poesia, Eu Sou iamai

      Impressionante como faz a gente viajar. Li enquanto essa música eternizada n'A Voz de Sinatra.
      Envolvente poema. Mágico!!

      Curti 😉

      • Claudia Casagrande

        Fico muito feliz que tenha gostado e mais ainda por me acompanhar.
        Obrigada!!!
        grande abraço

      • Sergio Neves

        SERGIO NEVES - ...minha querida amiga...,...tô eu aqui de novo (quase que eu digo, -..."te encehendo o saco" -despulpe-me pela expressão)...,...passo um tempinho sem vir -pra não te incomodar, mas,...não resisto! ...quando eu vi o título logo pensei,...lá vem essa mulher com "soberbas"...,...na certa estará a dizer das suas "qualidades",...a dizer que os seus versos são como uma "overdose" de excelência poética, etc e tal...,...me enganei!...o tema é outro...,...que só da inspiração dela pode nascer...,...e que magnitude poética!...e tudo muito bem "casado": ...música e poesia! // ...só tu mesmo! / (...mas...que os teus versos são uma "overdose" de excelência poética, ah!...isso são, sim!) // PS -...bom, vou aproveitar e dizer de particularidades...,...tô postando aquele tal "Conquista", só para não ser tachado de "covarde"...,...vê lá, heim?!,..eu já pedi: -não deboches! /// Carinhos.

        • Claudia Casagrande

          Sergio, meu amigo, jamais você me incomodaria lendo meus versos. Eu fico sim muito honrada e feliz com sua overdose de incentivo. Não tenho novas poesias, por isso ainda estou postando as do meu livrinho.
          Adorei sua Conquista.
          Parabéns, um abraço e um ótimo fim de semana



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