Roseli Furini

INFÂNCIA!!

Quem nunca, saiu em dias de chuva, pra brincar em poças que se formavam nas ruas?

Quem nunca, deitou na grama, tentando adivinhar desenhos nas nuvens?

Quem nunca, procurou nas estrelas, as Três Marias, ou o Cruzeiro do Sul?

Quem nunca, desceu a ladeira em carrinho de rolimã, e ralou os joelhos?

Quem nunca, passou a noite em claro, esperando o dia amanhecer, porque teria o passeio anual da escola no dia seguinte?

Quem nunca, jogou bolinha de gude, e ficava indignado, 

quando perdia a bola maior do jogo, o maior trunfo do jogador!

Quem nunca, roubou frutas no pomar do vizinho?

Quem nunca, comprou um lanche no bar da escola, e comeu escondidinho, do amigo pra não ter que dividir?  

Quem nunca, subiu em uma árvore, e depois, não fazia a menor idéia de como descer,

Quem nunca, gritou de dor, e ainda ouvia da mãe, - Se não doer, não cura! enquanto ela passava Merthiolate no machucado?

Aliás....quem nunca ouviu falar em Merthiolate!?

Quem nunca, teve toda família reunida, em noites que faltava luz, e ali, ficavam ouvindo histórias de assombração, contadas pelos mais velhos? E depois não conseguia dormir, porque os fantasmas das histórias roubavam o sono!?

Quem nunca, levou umas chineladas da vó?

E, quem nunca, encontrou no colo dessa mesma vó, o lugar mais seguro, mais aconchegante,

e o único lugar  do mundo, em que a saudade insiste em voltar!

Meu amigo leitor,

Se você não lembra, de ter vivido, pelo menos algumas dessas situações, 

Então...você ainda não tem 50 anos,

porque se tivesse,

Saberia exatamente do que estou falando,

Esta, foi a infância feliz da minha geração!

 

Ass: Um velho moleque, saudosista, e feliz!!

 

rfurini

abril/2020

  • Autor: Roseli Furini (Offline Offline)
  • Publicado: 28 de Abril de 2020 23:02
  • Comentário do autor sobre o poema: Quando comecei escrever esta crônica, busquei em minhas lembranças, toda minha infância, e ao témino, me dei conta, de como fui feliz, criada solta em uma cidade do interior, na companhia de primos e , amigos que me acompanham até hoje! Espero que gostem, da leitura assim como eu gostei de escrever!
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 41
  • Usuário favorito deste poema: ArbiTrium42.

Comentários6

  • Joseanne Karla

    Quem nunca né?
    MT lindo.

    • Roseli Furini

      que bom que gostaste amiga poeta,
      obrigada pela sua leitura!

    • Levy Tavares filho

      Profundo

      • Roseli Furini

        Obrigada pela leitura Levy,
        abs

      • Sonia Rodrih

        Maravilha seu texto! Acabei de passear pela minha infância, aliás já brinquei na água da chuva e com carrinhos de rolimã com meus irmãos.

        • Roseli Furini

          Que bom que gostaste Sonia,
          obrigada pela leitura amiga poeta,
          abs

        • Nelson de Medeiros

          Pois é, não foi a toa que Ataulfo Alves disse que " ... eu era feliz e não sabia..."
          Pois é menina, não sabia mesmo...
          Cronica saudosista bem alinhada.

          1 ab

          • Roseli Furini

            quando comecei escrever, busquei nas minhas memórias, tudo o que vivi na infância
            e ao termino, me dei conta, de como tive uma infância maravilhosa, criada solta, em uma pequena cidade do interior,
            que bom que gostou amigo Nelson!

          • Gislaine Oliveira

            eu não tenho 50 ainda, mas minha infância no interior me proporcionou muitas dessas lembranças. Ah, deu até uma nostalgia agora! Muito bom de ler Rose....muito bom mesmo.

            • Roseli Furini

              ah...que bom que gostaste amada
              e que bom que de alguma forma, contribui para que revivesses tão boas lembranças!

            • CORASSIS

              Viajei no túnel da infância,me emocionei, pois vivi realmente tudo isso ou quase ,eu corria da vó rs...
              Viva nossa geração!
              Parabéns por matar nossa saudade;

              • Roseli Furini

                que bom amigo Corassis, que gostou,
                sabe, que enquanto eu escrevia, revivi tudo novamente,
                e foi maravilhoso relembrar,
                Abs



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