De baixo para cima
Desde menina
Eu lia a história
Em prova ou avaliação
Olhava o final e então
Gravava na memória.
Talvez assim o fizesse frequentemente
Porque o tempo perdido do meu precioso momento
Seria minimizado, com a noção do fechamento.
Na dúvida de ser uma ansiedade em mim permanente
Ou um vício, uma mania, ou um discernimento
Eu segui sempre com o particular desregramento.
Até então o famoso NDA me consumia
Nenhuma das alternativas me satisfazia.
Foi quando depois de meio século de existência
Em uma conversa de pai e filha sobre vivência
Através de parábolas e da intrigante sabedoria do docente
A resposta não haveria de ser mais transparente.
Aos oitenta e três anos o genial genitor
Falando sobre como aprendeu abreviar alguma dor
Sobre possíveis manipulações e algumas divergências
Evitava engrandecer as inconsequências
Lia de baixo para cima todo o jornal
Da última para a primeira página era o seu ritual
Poupava tempo perdido com o que não lhe agregava
E o DNA foi o trocadilho que eu tanto esperava.
- Autor: Claudia Casagrande ( Offline)
- Publicado: 18 de março de 2021 15:00
- Comentário do autor sobre o poema: sobre uma conversa de ontem
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 93
Comentários13
Genial o que herdemos do DNA dos pais! Segues igual? Chapéu!
Muito obrigada. Uma honra seu comentário. Acredita que sigo...rss..
Até os poemas, muitos deles começo pelo final.
um grande abraço
Conversa de ontem... Episódios que marcam... Lembro que tinha também o hábito de ler jornal da última para a primeira página, quando adolescente. Começa no esporte e terminava normalmente na política...
Ainda me pego fazendo assim algumas vezes!
Abraço, poetisa
Hébron, eu acho bacana quando algum poema meu remete a boas recordações.
Legal saber que não somos os únicos... rsss...
Muito obrigada!
um grande abraço
Parabéns, genial! O DNA fala alto! Grande abraço,
Imagino o seu DNA. Gosto muito das suas poesias.
Muito obrigada e um grande abraço
Claudia, é entorpecedor como você conduz a narrativa poética, construindo sutilmente o seu poema de forma envolvente, resgatando as suas e as nossas saudades. Simples assim. Um grande abraço minha amiga.
A sua generosidade me emociona, de verdade.
Agradeço de coração.
um grande abraço
Isso mesmo, Cláudia, o seu trocadilho de DNa (deoxyribonuneic acid) para NDa (ácido desoxirribonucleico)não alterava a leitura da sua herança no hábito de começar do fim, pois em português se diz ADN. (ácido desoxirribonucleico)
Excelente poema.
Elogio seu, doutor em ambos os temas, é muita areia para o meu caminhãozinho.... como se diz aqui...rssss
Fico imensamente agradecida
grande abraço
Claudia Casagrande, que linda a sua narrativa, resgatando as lembranças do seu amado genitor.
De uma sutileza e sensibilidade imensa. Adoro ler vocês, como aprendo com essas poesias lindas.
Abraços!
A recíproca é verdadeira.
Eu adoro ler vocês e aprendo muito aqui.
Seus comentários são muito gentis e especiais.
Muito obrigada e um grande abraço
Nossa, que perfeito.
Que você nunca pare de escrever
Nossa... muito obrigada!
Tudo que escrevo é muito simples.
um grande abraço
Boa noite minha querida
Esse hábito de começar pelo fim,
Não atinge só você não, eu fiz isso durante anos... perdi o hábito para não me tirar a expectativa de como certos livros acabavam, mas jornais e revistas, confesso que ainda o faço
Amei o seu trocadilho baseado na sua conversa com seu pai
É uma delícia, nós podemos aproveitar cada momento com eles...
Infelizmente já perdi o meu, mas ainda tenho a minha mãezinha
Beijinhos minha querida e gosto muito do que você escreve
Grande abraço
Ah Helena.... você é muito carinhosa. Fico feliz que gostou e também gosto muito do que você escreve... um grande abraço e um bom final de semana
Diverso do filme, O Curioso Caso de Benjamin Botton, que nasce velho e morre bebê, penso em nosso ocidentalismo, que lê, linhas horizontais, da esquerda para a direita ou sobre os orientais, que leem em colunas... ocif omoc rel od mif arap o oçemoc... kkkk... foi o meu exercício
Forte abraço, Claudia...
Chico, eu ainda não vi o filme, mas me desportou a curiosidade e vou ver.
Tenho grande admiração por tudo que escreve, pela cultura que leva contigo.
grande abraço
Diverso do filme, O Curioso Caso de Benjamin Botton, que nasce velho e morre bebê, penso em nosso ocidentalismo, que lê, linhas horizontais, da esquerda para a direita ou sobre os orientais, que leem em colunas... osnep omoc rel od mif arap o oçemoc... kkkk... foi o meu exercício
Forte abraço, Claudia...
Essa conversa fez lembrar esse hábito de ansiedade, sempre me antecipava a ler ou ver, penso que era curiosidade. kkk Adorei Cláudia. Bom dia, abraços.
Verdade Ernane, a curiosidade mata...rsss
Muito obrigada e fico feliz que gostou.
um excelente fim de semana
grande abraço
Esse é o ácido repleto de fósforo. Então tem que abrasar e deixar marcas, às vzs profundas, fáceis de identificar na posteridade, embora esse detalhe em questão, vc tenha visto mais tarde. Acredita que tenho esse costume de ver e ler jornais e revistas de trás pra frente? E se o titulo não chamar a atenção dificilmente leio o artigo. Mas essa comparação que ele fez com as intempéries da vida, é relevante. Pode não ter escrito poesias, mas alma de poeta ele tinha. Ou tem. Abraços fraternos poetisa
Sim, ele escreve as poesias dele desde jovem e nunca guardou uma sequer.
Seus os cartões, discursos, homenagens são poesias.
Muito obrigada mais uma vez e um grande abraço
SERGIO NEVES - ...minha caríssima e saudosa amiga...,...sintetizo aqui todo o meu prazer e a minha satisfação: - ...
como é bom te ler! // ...uma vez me disseste que eu, ao comentar, era como se estivesse falando "in loco"...,...eu acho que tu dizes aos outros as coisas que de ti são...,...falas do que te inspira como dizendo diretamente nos nossos ouvidos...,...tens uma forma "coloquial" de se comunicar agradabilíssima...,...e não é uma coloquialidade qualquer, não,...é uma coloquialidade que transcende...,..."bate" direto no emocional do leitor...,...taí esse teu escrito a não me desmentir... / ...e esse teu genitor, heim?...sapiência pura!...agora pra mim tá tudo mais do que explicado:...-"quem sai aos seus não degenera"! /// Carinhos.
Meu caríssimo e saudoso amigo, muito obrigada!
Eu também gosto muito de te ler, aliás estou sentindo falta. Ainda está devendo um escrito prometido, ou se não esse, que venham outros.
Agradeço demais seu carinho e atenção.
um grande abraço e uma ótima semana
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