De baixo para cima
Desde menina
Eu lia a história
Em prova ou avaliação
Olhava o final e então
Gravava na memória.
Talvez assim o fizesse frequentemente
Porque o tempo perdido do meu precioso momento
Seria minimizado, com a noção do fechamento.
Na dúvida de ser uma ansiedade em mim permanente
Ou um vício, uma mania, ou um discernimento
Eu segui sempre com o particular desregramento.
Até então o famoso NDA me consumia
Nenhuma das alternativas me satisfazia.
Foi quando depois de meio século de existência
Em uma conversa de pai e filha sobre vivência
Através de parábolas e da intrigante sabedoria do docente
A resposta não haveria de ser mais transparente.
Aos oitenta e três anos o genial genitor
Falando sobre como aprendeu abreviar alguma dor
Sobre possíveis manipulações e algumas divergências
Evitava engrandecer as inconsequências
Lia de baixo para cima todo o jornal
Da última para a primeira página era o seu ritual
Poupava tempo perdido com o que não lhe agregava
E o DNA foi o trocadilho que eu tanto esperava.