Observo pela janela do meu olhar perdido
a marola da cidade à beira-mar
onde o cotidiano se desenrola desmedido
e seres urbanos não parecem amar.
Entre florestas, córregos, morros e o mar
derrama-se impiedosa mancha urbana,
aterrando águas e matas sob obstinado luar,
devastando biomas de forma vil e profana.
A dor e o sofrimento da cidade torturada
parecem hipérboles, mas são literais,
presentes em sua rotina transtornada,
pelo cotidiano de urbanoides amorais.
Precisamos de metáforas, aves livres a voar...
Sem elas não há janela para o perdido olhar,
não há rosto para sorrir ou luar para amar...
Apenas, literais, espaços a sufocar.
- Autor: Helio Valim (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 21 de fevereiro de 2021 00:23
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 15
Comentários3
Belo poema!
Quem nos dera se as hipérboles de estupidez da atualidade fossem apenas figuras de uma linguagem de mau gosto...
Abraço, Helio
Obrigado Hébron. Seus comentários são sempre precisos. Um abraço meu amigo
"A dor e o sofrimento da cidade torturada
parecem hipérboles, mas são literais,
presentes em sua rotina transtornada,
pelo cotidiano de urbanoides amorais." Belo e triste... Abraços,
Olá Ema, muito obrigado pelo comentário. Um abraço
Profundo e belo de se ler !
aplausos ,
abraço
Olá Corassis, fique muito feliz com o seu comentário. Aplausos recíprocos. Um abraço
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.