No anoitecer de suado verão,
sentado em modorrento terraço,
ouvindo música, no compasso
dos acordes, de solitário violão.
Observo, resignado,
o brilho pelo luar evocado,
repleto das lembranças
de esquecidas andanças.
Começa a chover em vão,
enquanto a lua sorri grata,
refletindo gotas de prata
revelando tão pura emoção.
A chuva molha o chão,
de pedras, daquele espaço
refletindo, no luar, o abraço
dos enamorados em paixão.
Entre sonolentos goles da canção,
sorvendo o gosto amargo
de um conhaque encorpado,
percebo-me envolto em solidão.
Deixo-me levar pela letargia
do instante presente
e aguardo, solenemente,
a chegada de um novo dia.
- Autor: Helio Valim (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 18 de fevereiro de 2021 21:37
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 8
Comentários2
Helio, coincidentemente ontem li algumas escritas que remetem a lembranças.
Encantador seu poema.
Tenha um feliz novo dia.
abraço
Obrigado Claudia. Poemas intrigantes, muitas vezes, surgem de retalhos da lembrança. Foi esse o caso... Um grande abraço
Hélio, no seu conhaque se misturam lembranças, solidão, noite, notas de violão, chuva...receita de ficar triste. Mas que lindo poema nos deu essa curta solidão (até a chegada de um novo dia)!
Olá Cecilia. Obrigado pelo belo comentário poético. Realmente, o poema brotou sobre retalhos de lembranças. Um grande abraço.
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