OS NAMORADOS DA VOVÓ
_Vó, me conta. O Vô foi seu único namorado?
_Foi não, houve outro antes, uma paixão.
_E aí, Vó, não deu certo? Você não quis? Foi ele?
_Nós dois queríamos, muito. A gente combinava, fazia planos... Todos achavam que daria casamento. Mas amor é sentimento mimoso, delicado, quando menos se espera, por uma bobagem...
_Verdade, Vó? Pensei que o amor era invencível, agüentava todos os repuxos da vida!
_O amor é forte mesmo, suporta quase tudo, até sacrifícios muito pesados. Mas, ás vezes, por uma coisinha á toa...
_Como foi, Vó?
_Sabe, naquele tempo tudo era devagar. A gente se apaixonava, levava meses só trocando olhares, recadinhos. Quando por fim namorava, se encontrava tão raramente que nem conseguia trocar carinhos inocentes... Nunca namorados ficavam sozinhos, só noivos.
E, para noivar, cada um tinha que conhecer a família do outro, aprovar e ser aprovado. Pretendíamos oficializar o noivado na Páscoa. No domingo de Carnaval me aprontei no capricho e fui conhecer a família do moço.
Jantar de cerimônia, porcelanas, cristais, receitas de família, pudim de ovos, balas de café. Gostei deles, gostaram de mim, ia dar certo. Estávamos radiantes, pisávamos nas nuvens.....
Durante toda a visita a irmãzinha, uma graça de menina, me vigiava com o rabinho dos olhos marotos, misteriosa. Não sei se criancice ou malvadeza, na despedida sussurrou ao meu ouvido, claramente:
“Você vai entrar na família, precisa saber um segredo: Meu irmão faz xixi na cama, todas as noites!”
Na Páscoa conheci seu avô.
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Autor:
Cecília Cosentino (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 2 de Fevereiro de 2021 07:34
- Comentário do autor sobre o poema: Publiquei faz um tempo, apaguei sem querer. Gosto dele, estou repetindo.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 32
- Usuário favorito deste poema: Poesia, Eu Sou iamai.
Offline)
Comentários5
Poetisa Cecilia,
Muito nos encanta seus versos em prosa poética....Lúdico, cativante ao extremo.
Amo ler-te, Cecilia.
Abraços...Siga feliz.
Cláudio, muito obrigada. Fico encantada por existirem jovens que me leem. Rejuvenesço!!! Grande abraço.
Fico feliz que conseguiu resgatar seu poema, na verdade, um belo poema, parabéns poetisa Cecília. Bom dia, abraços.
Obrigada, Ernane. Não descuidem, amor é coisa mimosa...abraço
Ah... Querida Cecília, que lindo e criativo.
No meu tempo de namoro também era assim, mas nem sempre dava certo o primeiro como a gente pensava em nossa inocência de quase criança, né?
Que bom que resgatou e nos presenteou com tão interessante leitura.
Meu abraço com carinho!
Edla, obrigada. Acertei no terceiro, mas guardosaudades dos anteriores, porque são muito especiais as paixões da juventude. Meu primeiro amor assinava Nobre, como você. beijos
Pois é, o primeiro amor é um tesouro que a gente guarda bem guardado num escaninho do peito, não é?
A vida corre e sempre mas os amores não morrem... Só se sublima, crsrs
Boa noite minha senhora,
Vou tratar assim porque não me atrevo a menos ...
Mas li seu poema, que me prendeu logo pelo título... Eu sei, eu sei,
Não se deve escolher um livro, pelo título ao pela capa !
Mas eu amei até há última frase, que me arrancou um sorriso rasgado
Porque por amor se suporta Muita coisa, mas num tempo em que não existiam máquinas para nada ??!!!...
D. Cecília, aqui de Portugal um abraço e um sorriso,
E como li anteriormente ainda bem que voltou a publicar , Obrigado
Obrigada, Helena, pode chamar-me como queira. Adorei aportar em Portugal. Anos atrás enviei poemas para concursos literários nas suas terras. Fui bem sucedida, fiquei muito orgulhosa pelos senhores da língua haverem dado valor ao que escrevo. Agradeço de coração seus gentís comentários. Abraço
D. Cecília fico muito feliz pela sua oportunidade e experiência com o público Português.
Quero convidá-la a ser minha amiga e ler alguns dos meus modestos textos
Muito obrigado pelo seu comentário, carinho e atenção
Um grande abraço
Que deleite ler esse texto.
Enquanto eu lia, parecia que eu via minha mãe, com seus gestos e maneiras de contar coisas da vida.
Saudades que me trouxe agora da minha mãe, que não vejo há um ano devido a pandemia.
Parabéns infinitos ao poema que cumpriu a sua função de me tocar e inspirar na vida!
Bravo!!! Bravíssimo!!!
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