Praga Moderna
Onde foi parar a rima?
Onde foi parar o verso?
Por que fez-se amarga grima
Que tirou-os do universo?
E por onde anda o soneto
Que afagava os meus pesares?
E o haicai, primal terceto
Que levava-me aos lugares?
Do rimado, fez-se o branco;
Do medido, fez-se o solto;
Da bonança, fez-se o tranco;
Do erudito, fez-se o indouto.
O meu sonho é que algum dia
Eu retorne ao meu passado
Em que o lírico escrevia
Um amor metrificado...
Nesta oportunidade, abandono minha conta neste sítio... adeus!
- Autor: Qorujo (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 17 de janeiro de 2021 11:10
- Comentário do autor sobre o poema: O modernismo não se compraz apenas em desataviar o belo como também em reprimi-lo e apagá-lo da história, condenando-o ao passado. Não contente em retirar a métrica, excluiu as rimas; não contente em excluir as rimas, apagou as estrofes; ainda não contente com toda essa barbárie, amputou os versos e transformou o poema em nada mais que um punhado de letras em prosa, meu deus, prosa. Coelho Netto foi censurado por "escrever difícil", Machado de Assis mal é citado na universidade e louva-se Caetano Veloso em seu lugar.
- Categoria: sociopolitico
- Visualizações: 53
Comentários4
O Universo é sublime, inteligente e belo, porém, como poesia que é, tem seus defeitos também.
Observador e critico, o poeta consegue em seus versos valorizar "o poema" autentico com leveza sem constrangimento aos "pseudos poemas".
Bravo...Parabéns Danilo...Abraços
Perfeita observação Cláudio.
Queria que o poeta ficasse conosco!
muito bom!!
Por que se foi?
uma pena
Tento adentrar neste mundo das rimas... Dos versos bom compasso e métrica, acho esse cuidado muito importante, mas confesso que não é tão fácil pra todos como o é para alguns.
Admirando demais sua obra poética e seu talento.
Meu abraço!
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