NO
INEXORÁVEL
Inexorável amor teu
por alguém que já se foi
e que nunca te percebeu:
no teu vagão de sentimentos
guardas tudo que nunca chegaste a usar,
ainda que tenhas tentado.
Para quem?
Com quem?
Se o teu alguém agora já não está mais entre os que gozam a vida.
Insistente amor teu que, de um jeito ou de outro, um dia sempre dirá adeus:
no teu espaço de vazio profundo guardas o que sempre te quiseste livrar.
Para quem?
Com quem?
Se o teu alguém agora só mora dentro do que restou de ti naquele trem...
Dos que se recusam a receber de ti o que quem sempre mereceu não percebeu: no teu vagão de sentimentos desfaleceram pitacos isolados de quem nem sabia o que te dizer direito, mas, sempre fez questão de te dizer alguma coisa — segue a vida firmando-se no que restou de tudo que um dia se foi recusado, e agora de tudo que sobrou, ficou a solidão e a lembrança dos poucos dias felizes que conseguiste viver.
- Autor: CASAVERDE (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 9 de dezembro de 2020 00:22
- Comentário do autor sobre o poema: Leia com calma e depois reflita sobre: a quem você direciona o seu amor realmente o merece?
- Categoria: Amor
- Visualizações: 26
Comentários1
Alexandre, seu poema, correto, bonito, bem escrito, desenvolve um tema, a princípio curioso, não é. Muitos temos, guardadas, oferendas que não conseguimos entregar. Algumas, pesam e doem. Outras se adoçaram com o tempo. Parabéns!
Querida Cecilia, obrigado pelo seu feedback. É importante discutirmos a respeito de temas assim, pois estão presentes nos mais diversos cotidianos da gente. E, sim, é curioso, pesa e dói, porém, é parte de uma passagem fundamental para o nosso crescimento e amadurecimento: a poesia é incrível e nos permite entender as coisas de um jeito muito mais agradável.
.:Paz & Vida:.
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