Lorenzo Mazzo

Carta de Deus à Humanidade

Nos campos verdes há um querubim morto,

Que caiu dos céus com prazer e remorso...

 

Ele sobrevoou o mundo todo:

Viu pessoas irem e virem 

Com as frontes baixas, com dor no coração

Ao saber que o Amor nunca existiu (para eles)...

 

O ar estava puro e nefasto, e as coisas eternas

Morreram em suas mãos durante a queda...

 

Nada há mais a fazer, a tentar ou ser...

 

A única escapatória é a completa desistência

E a única vitória é a completa derrocada...

 

O Sol não nascerá mais,

A Lua perdeu seu brilho

E as estrelas se frustram com o Nada...

 

Hoje, eu vi um querubim morto...

 

Quando criança, eu vi deuses mortos,

Que nada mais eram que a minha imaginação...

 

Mas hoje eu realmente vi a Morte sobre o querubim de ouro chamado Vida...

 

E amanhã e para todo o sempre,

Toda vez que eu ver um campo verde,

Eu verei o líquido vermelho nas asas aladas,

Eu verei o último suspiro de um guerreiro alado,

Eu verei o último sorriso de uma alma alada...

 

E depois que a Eternidade se for,

E nada mais sobrar (que não seja pó),

Eu ainda verei um querubim morto

Sobre o corpo esverdeado de meu Espírito...

  • Autor: Lorenzo Mazzo (Offline Offline)
  • Publicado: 8 de Dezembro de 2020 16:32
  • Comentário do autor sobre o poema: Poema de Deus para mim mesmo...
  • Categoria: Triste
  • Visualizações: 19

Comentários5

  • Rosangela Rodrigues de Oliveira

    Não quero ver um querubim morto, não importa se seja da luz ou da escuridão, quero ele vivo dando impulso nessa vida, para que tudo continue girando...Parabéns pelo poema...

    • Lorenzo Mazzo

      Obrigado, Rosangela! 😀

    • nia_poems

      Parabéns !!

    • Shmuel

      Lorenzo Mazzo, que Maravilha de poema. De Onde tiraste tal inspiração!.
      Abraços ao poeta

      • Lorenzo Mazzo

        Obrigado, poeta! A inspiração para esse simplesmente veio, foi até surpreendente!

      • Cecilia

        Lorenzo, linda, sua carta, bem escrita, poética, coerente. Parabéns!

      • EVELIANE BELOTTI DE ASSIS

        Lindo, bem escrito e sobretudo bastante profundo!



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