Roberio Motta

A pena de(a) ave

A pena de(a) ave 

 

O que sai de minha alma

Já não é mais meu

Nem o verso

Nem o reverso

Nem o tema

Nem o poema

 

Nem mesmo a página

Hoje sem pena

É verso digitado

Sem afago

E só !

 

Saudade da pena afiada

Fina e biselada de ponta cinza carvão

Hoje nós a sós

E a noz de galha espremida em vinho

Se foi sem dizer adeus

Voou feito passarinho

 

Queria que voltasse o tempo

A pena sem penar

E o papel sem apagar

E no verso o dialeto

Sem teclado sem “deleto”

 

E, ao chegar dezembro

Devagar quase sem querer

Abraçar cada um

Deseja um feliz natal

Em poesia, rima e nostalgia

 

E relembrar mês a mês

O bem que o tempo nos fez

Nos aproximando

Remando, teclando e respirando

Amando, sonhando e se eternizando

Escrevendo, tocando sem ao menos nos tocar

 

No digitar dos artelhos

Na melodia de cada dia

Nas suaves vozes a nos ameigar

No clarinete a nos abraçar

Na peça imóvel que contagia

Na foto de paz e precondia

 

Soldadinho do Ara-Ari-Pe

Estado de Graça do Cariri

Vinte e 7 de 9vembro de um tal de Vinte Vinte!

 

  • Autor: Soldadinho do ARA-ARI-PE (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 6 de Dezembro de 2020 12:40
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 25

Comentários3

  • Ema Machado

    Deliciosa leitura, uma saudade poética... Parabéns!

    • Roberio Motta

      Gratíssimo!
      Paz e bem!

    • Hébron

      Que prazer de leitura!
      Muito bom, poeta

      • Roberio Motta

        Gratíssimo!
        Viva a Vida!

      • Shmuel

        Realmente um poema ímpar.
        Parabéns, gostei demais de ler. Rimas Inteligente e de forte cunho poético.
        Bom dia ao poeta, Roberio Motta

        • Roberio Motta

          Honrado e agradecido nobre Shimul!



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