Minha vida esquecida em uma
específica época,
Sou apenas espectro, deste que lá atrás ousou ser, um ser, um pouco menos infeliz
Naquela manhã ensolarada,
você me brindou com um regalo,
Um "não" em voz baixa e quase rouca, e com um efêmero hálito de curaçau blue.
Seria assim minha saga de desamores nas décadas vindouras, acumulando "Nãos e raros Sims", subia e descia a famosa rua,
em tempos de síndromes, paixões
e lesões subcutâneas adquiridas,
As vezes penso que morri, naqueles cubículos fétidos.
Nem montanhas, nem praias,
nada me faz esquecer, seus lábios
sutilmentes rachados,
em microscópicas fissuras,
ambiente perfeito de microorganismos e bactérias,
primórdios de uma contaminação em massa,
Mesmo assim, cai de boca, em sua boca
Não fecundamos óvulos,
não nos vemos hoje, em nossas continuidades.
Todas as lembranças, cores e aromas, se dissiparam em diafanas visões não cristalinas,
Trago comigo, teu sorriso, o gosto do seu sexo, as três da madrugada
Tudo isto trago comigo, em uma caixinha hermeticamente fechada.
Cansei, não procuro essa tal felicidade, anymore!
Essas incertezas amorosas
ao longo dos anos
Abreviarão meus dias
você era o meu padrão
o certo, o inserto
hoje vagueio,
alma errante
sob o sol escaldante
deste árido deserto.
- Autor: Shmuel (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 5 de dezembro de 2020 13:24
- Comentário do autor sobre o poema: Ouvindo e assistindo no Facebook as músicas das décadas de 70, 80, me veio a lembrança de um antigo amor. O resto é só poesia.
- Categoria: Amor
- Visualizações: 47
Comentários8
Assim é a vida,poeta,: mesmo inclemente,desassistidos,o amor se enrosca no desejo e mesmo quando não exaurido, ainda nos faz ficar no degredo,pelo não concluído.
Obrigado, Maria Dorta pelo feedback.
Grande poeta e observadora atenta aos textos aqui expostos.
Abraços.
Gratidão pela poesia Shimul, a vida é assim , por vezes nos oferece brindes em outros , não, mas mesmo assim bela , grandiosa, e nos fazem querer a tal da felicidade... E não desistir é o segredo , cada dia o desejo de viver mais e mais, nos leva além, para conhecermos a vida como deve ser...
Grato, NeivaDirceu, pela leitura e pelo gentil comentário; é poesia, é fruto da imaginação, mera criação. As vezes surtamos, mas é um surto poético.kkk
Boa noite a poeta.
O destino propositalmente impôs a releitura desta sua "confissão", um pouco picante até, amigo poeta COLIBRI!
Voa nas asas da saudade!
Palmas e mais palmas!
É só uma poesia...sem vinculos verídicos. Nós poetas inventamos coisas, não é mesmo cara amiga colibri.
Abraços!
Ufa ! intenso... As dores dos não sempre vão existir poeta, Shimul
Viajamos em pensamentos em imaginações. Yentamos reproduzir em poemas uma realidade nossa, ou de outros. Que bom que temos esse de contar coisas.
Abraço querida amiga e poeta colibri.
Pois é é assim mesmo, os nãos nos ferem,, deixam cicatrizes que nos fazem lembrar do sofrimento do passado.
Mas também eles podem inspirar lindas poesias, como a sua, amigo Shimul.
Bom domingo, meu abraço!
Os nãos, eis os guardos em uma caixinha. Raramente os usos. Quando houver a valorização dele (do não), estiver em alta. Serei bem sucedido e trocarei um NAO, por vários sim.
Abraços poeta e amiga colibri.
Trago comigo, teu sorriso, o gosto do seu sexo, as três da madrugada
Tudo isto trago comigo, em uma caixinha hermeticamente fechada.
Poema deveras interessante ...
Até breve, poeta Shmuel!
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