Fazes tanta força para demonstrar que amas.
Tantas afetações para se mostrar do bem.
Que esqueces da fome que em tua porta clama.
Do choro e sofrimento dos que nada tem.
Sonhas com o paraíso de mil gozos e deleites.
Com um deus forjado à tua imagem e semelhança.
Sendo incapaz de saciar com carinho e leite.
Sequer a boca faminta de uma pobre criança.
Defendes com afinco o mito da verdade.
Persegues com insultos quem não se assemelha.
Aquele que não comunga de tua castidade.
Ou para tua santidade não se ajoelha.
Já ver-se apossado da terra prometida.
Já se dizendo parte dos santos escolhidos.
Mesmo desprezando aqueles a quem esmaga a vida.
Ignorando sempre a dor dos oprimidos.
E no recanto santo de tua devoção.
No templo abençoado do teu egoísmo.
Investes tão somente em tua salvação.
Rastejando para um céu, sepulto em um abismo.
- Autor: Victor Severo ( Offline)
- Publicado: 6 de novembro de 2020 09:07
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 12
Comentários3
Lindo e didático poema! Aqueles cegos e i sensíveis,cavando,sem notar,a cova particular,se verão,cedo ou tarde no abismo da cupidez e do luxo,irão se deteriorar. Quem não sabe estender a mão ao irmão cedo ou tarde,vai perder- se ao contemplar um corpo,tão bem cuidado se putreficar e cheio de vermes ficar.Parabens! Bela inspiração.
Muito grato pelo comentário cara Maria Dorta , me sinto lisonjeado. Um abraço.
GOSTEI MUITO, VICTOR. FARISAÍSMO MUITO BEM RETRATADO.
A Porta é estreita. Não passa tanta vangloria. Se não ama à quem vê como amará Deus à quem não vê?
Mandaste bem poeta amigo
Grato meu caro.
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