Quem me dera ser uma vaca
Deus deu-me, no entanto, dotes de consciência,
Opção, discernimento, inteligência
Mas minha visão ainda é opaca.
Quem me dera passar o dia no pasto
Apenas mastigando, sem nada para fazer
Guiada por vaqueiros dispostos a me proteger
E caminhando aleatoriamente no mundo vasto.
Ficar na companhia de mosquinhas insignificantes
Não cobiçar nada, ainda que pisando em diamantes
Passar a vida como em um retrato.
Encarar o cotidiano como um raro tesouro
Até chegar meu fim em um matadouro
Para decorar a mesa no mais saboroso prato.
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Autor:
Romarico Selva (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 4 de novembro de 2020 19:00
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 200
Offline)
Comentários4
Tirando a parte de virar ...(bife)
Eu também até poderia de vez em quando, porque não:
almejar "encarnar" uma tranquila e ruminante vaca.
Podem ser mais sabidas do que pensamos ...
Gostei Poeta!
Até depois da morte trazem coisas boas. Mas entendo que nem todos querem virar bife. Kkk
Gostei
Valeu.
Romarico, adoro seus temas: tijolo, porta, anjo. Vaca: A vida sem ilusões, nem pretensões, sem trabalhos nem responsabilidades. É irrelevante, depois, virar bife ou adubo.
A senhora não faz idéia do quanto gosto de seus comentários. Me sinto muito lisongeado só em saber que a senhora leu algum verso pobre dessa cabeça descompensada. kkkkkk. Muito obrigado mais uma vez por sua gentileza , Dona Cecília. Muito grato.
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