Quebrou 
 E bem quebrado 
 Estilhaços de vidro 
 Despedaçados 
 Atirou no chão violentamente 
 Mas sem raiva
 Ou cabeça quente
 Quebrou deliberadamente 
 Sem pena, com crueldade 
 Para que não consertassem novamente 
 Bateu a porta com vontade 
 Queimou as caravelas 
 E a sensibilidade 
 Trancou as janelas 
 Nem luz nas frestas 
 Nada passou a claridade
 Destruiu pontes e possibilidades 
 Para evitar remorso ou arrependimento 
 E se lançou na festa 
 Sem receios ou responsabilidades
 Sem constrangimentos
 Só prazeres e divertimentos
 Dormindo de manhã cedo
 Acordando bem tarde 
 Na esperança do esquecimento 
 Sufocando a saudade
 Fez o que foi necessário 
 Nem mais nem menos
 Nem adeus e nem acenos
 Incinerou o relicário 
 Mas nem sorriu e nem chorou 
 Como se achasse amor na feira
 Meia dúzia ou dúzia inteira
 Daí desdenhar o amor
 Mas amor é ave, 
 Bicho imortal
 Fênix que de cinza não tem nada
 Ressuscita no final
 Queima enquanto bole 
 Sangra para ser lembrada 
 E quando do sono é despertada 
 Não há nada que console 
 E mesmo que cole
 A mágica já foi quebrada...
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                        Autor:    
     
	Vênus (Pseudónimo ( Offline) Offline)
- Publicado: 3 de novembro de 2020 14:30
- Categoria: Amor
- Visualizações: 20

 Offline)
 Offline) 
                      
			
Comentários2
Que rima bem feita. Poema lindo. Parabéns.
Obrigado Poeta
Muito bom , poeta, gratidão pela Partilha!
Obrigado Neiva
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