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Na resistência do campesinato
Em plena transição feudal para o capital
Nasceram mulheres que negavam de fato
Que foram levadas ao assassinato
Queimadas, enforcadas e torturadas
Acusadas de bruxaria e de fazer o mal.
Em dois séculos de barbárie elas resistiram
Aquelas mulheres foram guerreiras
Não tinham medo das fogueiras
Dos julgamentos que instituíram
Dos religiosos que as perseguiram
Em nome de tradições e besteiras
Caçaram as bruxas para manter a ordem
Foram acusadas de crenças diabólicas
Reformadores e burgueses eram a desordem
As camponesas pobres e revoltadas
Eram muitas vezes viúvas
Solitárias com a prática magia e feitiçaria
Não serviam aos nobres e a burguesia
Bruxa querida bruxa
Suadamos-lhes pelo seu dia
Curandeiras, encantadoras ou adivinhas
Mulheres de vontade e fantasia
Vamos varreremos com sua vassoura
Aqueles que lhe perseguiram um dia.
Fazemos nossa homenagem
Contra o poder das autoridades
Daquela sacanagem e vassalagem
Que ceifaram os direitos de ser
Queimando mulheres de coragem
Para controlar o poder
E fazer a política da criadagem.
Abel
- Autor: Abel (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 31 de outubro de 2020 19:40
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 47
Comentários3
Parabéns Abel! Belo e intenso poema, que guarda uma mensagem bem atual. Um abraço.
Obrigado
Ótimo, Abel!
Grato poeta
Gostei do tema.Muito más, as bruxas só o eram nos contos da carochinha.
Vc as defende com versos fortes e bonitos.
Há uma dívida histórica com elas ...
Obrigado Cecilia
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