Na resistência do campesinato
Em plena transição feudal para o capital
Nasceram mulheres que negavam de fato
Que foram levadas ao assassinato
Queimadas, enforcadas e torturadas
Acusadas de bruxaria e de fazer o mal.
Em dois séculos de barbárie elas resistiram
Aquelas mulheres foram guerreiras
Não tinham medo das fogueiras
Dos julgamentos que instituíram
Dos religiosos que as perseguiram
Em nome de tradições e besteiras
Caçaram as bruxas para manter a ordem
Foram acusadas de crenças diabólicas
Reformadores e burgueses eram a desordem
As camponesas pobres e revoltadas
Eram muitas vezes viúvas
Solitárias com a prática magia e feitiçaria
Não serviam aos nobres e a burguesia
Bruxa querida bruxa
Suadamos-lhes pelo seu dia
Curandeiras, encantadoras ou adivinhas
Mulheres de vontade e fantasia
Vamos varreremos com sua vassoura
Aqueles que lhe perseguiram um dia.
Fazemos nossa homenagem
Contra o poder das autoridades
Daquela sacanagem e vassalagem
Que ceifaram os direitos de ser
Queimando mulheres de coragem
Para controlar o poder
E fazer a política da criadagem.
Abel