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Abel Ribeiro

Bruxas pra que te quero

Na resistência do campesinato

Em plena transição feudal para o capital

Nasceram mulheres que negavam de fato

Que foram levadas ao assassinato

Queimadas, enforcadas e torturadas

Acusadas de bruxaria e de fazer o mal.

 

Em dois séculos de barbárie elas resistiram

Aquelas mulheres foram guerreiras

Não tinham medo das fogueiras

Dos julgamentos que instituíram

Dos religiosos que as perseguiram

Em nome de tradições e besteiras

 

Caçaram as bruxas para manter a ordem

Foram acusadas de crenças diabólicas

Reformadores e burgueses eram a desordem

As camponesas pobres e revoltadas

Eram muitas vezes viúvas

Solitárias com a prática magia e feitiçaria

Não serviam aos nobres e a burguesia

 

Bruxa querida bruxa

Suadamos-lhes pelo seu dia

Curandeiras, encantadoras ou adivinhas

Mulheres de vontade e fantasia

Vamos varreremos com sua vassoura

Aqueles que lhe perseguiram um dia.

 

Fazemos nossa homenagem

Contra o poder das autoridades

Daquela sacanagem e vassalagem

Que ceifaram os direitos de ser

Queimando mulheres de coragem

Para controlar o poder

E fazer a política da criadagem.

 

Abel