Amordaçado...
Quando meu eu se derramar para dentro do abismo sem fim.
E no precipitar-se eterno eu acordar e resolver me reinventar.
Vou parir para você o melhor de mim.
Descobrir o quão amargo é viver para te amar.
Insubordinado...
Essas trevas me deixam sossegado.
Se eu por acaso me encontrasse com a luz, sairia de lá derrotado.
Desolado...
Prisioneiro em um coito sem fim.
Meu único alento e saber que vou sofrer ao teu lado.
Asfixiado...
O quadro pintado na janela é sombrio.
O pouco que me faz sonhar é o vazio.
Revoltado...
Quando meu mundo se derramar para dentro do abismo sem fim.
E no precipitar-se eterno eu acordar no meio do teu jardim.
Vou orbitar ao teu redor até derreter a cera de minhas asas.
Me afogar em tuas águas escuras e profundamente rasas.
- Autor: Victor Severo ( Offline)
- Publicado: 29 de outubro de 2020 08:29
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 17
Comentários3
Poema denso e com belos recursos poéticos! Gosto do seu estilo!
Abraço
Que bom amigo, fico muito contente. Obrigado.
O poema todo é muito bom. Hoje só tem pérolas no site.
Vou orbitar ao teu redor até derreter a cera de minhas asas.
Grande poeta, Victor Severo, abraços.
Muito grato amigo, fico feliz que tenhas gostado.
Victor. Leio e releio seus belos versos inquietantes, fortes, cheio de símbolos, até me sentir à vontade no clima hermético, feliz, mesmo sem entender tudo.
Cara Cecília, fico verdadeira e imensamente feliz em saber que nutres por meus pobres e soturnos versos sentimentos tão positivos e verdadeiros. Devo lhe confessar que eu mesmo não entendo tudo que escrevo(rsrsrs), mas é uma catarse mais do que necessária, obrigatória para suportar as dores da existência. Um abraço fraterno e verdadeiro.
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