Gargalhada.

Victor Severo

Estou rindo até quase perder os sentidos.

De tanta estupidez, de tamanha repetição.

Rio dos lobos com seus uivos e ganidos.

Mas tenho medo das ovelhas e seus balidos.

Gozo e suspiro com o ruído de um trovão.

 

Rio dos escravos vaidosos de suas tripas.

Perdidos na luz a procura de escuridão.

Arrotando vaidades após um banquete de carniças.

Empanzinados com a torpeza que alimenta a multidão.

 

Dos cegos que desvairados fingem o além enxergar.

Profetas de desatinos, abortos da natureza.

Dos moucos alucinados que mentem tudo escutar.

Loucos que iludem os incautos com suas falsas proezas.

 

E de repente na loucura incontinente.

Brota-me o choro que me afoga inclemente.

Falta-me o ar, me dá vontade de gritar.

Brutal vazio avassala minha mente.

Fruto do riso, frio, torpe e inconsciente.

Que eu gerei para me auto flagelar.

 

  • Autor: Victor Severo (Offline Offline)
  • Publicado: 28 de outubro de 2020 12:37
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 39
Comentários +

Comentários3

  • Priscila Ribeiro

    Um riso que causa flagelo. Boa reflexão!!

  • CORASSIS

    Tua poesia me é admirável
    Potentes versos , grande talento!
    Parabéns .
    Abraço

    • Victor Severo

      Fico feliz que tenhas gostado, muito grato amigo.

    • Hébron

      Poema brilhante, envolvente, forte e muito bonito.
      Uma satisfação a sua leitura.
      Abraço, poeta

      • Victor Severo

        Fico muito feliz que tenhas gostado. Um abraço.



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