Victor Severo

Gargalhada.

Estou rindo até quase perder os sentidos.

De tanta estupidez, de tamanha repetição.

Rio dos lobos com seus uivos e ganidos.

Mas tenho medo das ovelhas e seus balidos.

Gozo e suspiro com o ruído de um trovão.

 

Rio dos escravos vaidosos de suas tripas.

Perdidos na luz a procura de escuridão.

Arrotando vaidades após um banquete de carniças.

Empanzinados com a torpeza que alimenta a multidão.

 

Dos cegos que desvairados fingem o além enxergar.

Profetas de desatinos, abortos da natureza.

Dos moucos alucinados que mentem tudo escutar.

Loucos que iludem os incautos com suas falsas proezas.

 

E de repente na loucura incontinente.

Brota-me o choro que me afoga inclemente.

Falta-me o ar, me dá vontade de gritar.

Brutal vazio avassala minha mente.

Fruto do riso, frio, torpe e inconsciente.

Que eu gerei para me auto flagelar.