Estou rindo até quase perder os sentidos.
De tanta estupidez, de tamanha repetição.
Rio dos lobos com seus uivos e ganidos.
Mas tenho medo das ovelhas e seus balidos.
Gozo e suspiro com o ruído de um trovão.
Rio dos escravos vaidosos de suas tripas.
Perdidos na luz a procura de escuridão.
Arrotando vaidades após um banquete de carniças.
Empanzinados com a torpeza que alimenta a multidão.
Dos cegos que desvairados fingem o além enxergar.
Profetas de desatinos, abortos da natureza.
Dos moucos alucinados que mentem tudo escutar.
Loucos que iludem os incautos com suas falsas proezas.
E de repente na loucura incontinente.
Brota-me o choro que me afoga inclemente.
Falta-me o ar, me dá vontade de gritar.
Brutal vazio avassala minha mente.
Fruto do riso, frio, torpe e inconsciente.
Que eu gerei para me auto flagelar.