Rua sem saida

Lilian Fátima

Ó infância que não é de meus dias
Eu que revivo essas cenas na fotografia
Pessoas vivendo sem as atuais precauções
Sem sobressaltos e tantos ladrões

Em casas simples, de pinturas desbotadas
Vivia uma gente humilde, alegre e simpática
Que de forma saudável e muito empática
Sabia tirar proveito da vida ali tão pacata

Numa convivência amistosa nas janelas
Uma conversa solta entre moças e senhoras
Ouvia-se o refogado frigindo na panela
E a algazarra das crianças lá fora

Senhores debatiam com simpatia
os temas cotidianos, naquela freguesia
Desocupado não era sinônimo de folgado
mas nada escapava ao olhar da minha tia

Tudo assim, naturalmente, transcorria
Em tempos idos, como na fotografia
Hoje aqui, só lembranças e poesia
Daquela nostálgica rua sem saída

  • Autor: Lilian Fátima (Offline Offline)
  • Publicado: 27 de outubro de 2020 11:05
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 31
Comentários +

Comentários6

  • Maria dorta

    Lindo poema,com cheiro de nostalgia. Bons tempos, vivia- se com qualidade e naturalidade.

    • Lilian Fátima

      Fico muito grata pela apreciação. Meu abraço

    • Hébron

      Lindo poema de saudade... Fez aflorar minhas lembranças...
      Abraço

      • Lilian Fátima

        Fico muito contente que também faça parte do imaginário de outros leitores, assim como para mim o faz esse enredo. Minha gratidão

      • lucita

        Deu saudades, pois aos 47 vivi ainda numa rua, numa casa e numa vida onde medo era de bicho papão...
        Obrigada pela partilha...

        • Lilian Fátima

          Eu que agradeço sua atenção e gentileza para com minha poesia. Abraços

        • Shmuel

          Lembrei-me de Casimiro de Abreu e Chico Buarque. Meus oito anos e Gente humilde.
          Parabéns, pelo belo poema, Lilian Fátima.

          • Lilian Fátima

            Quer bom que gostaste! E sobre os notáveis acima citados, eu recordei agora a composição, realmente nos encanta a alma, e aqui me sinto agraciada por trazer a ti tal recordação. Abraços

          • Priscila Ribeiro

            Lindo poema, me fez relembrar a minha terna infância. Os tempos de calmaria, sem preocupações, das conversas nas janelas, das brincadeiras nas ruas.

            • Lilian Fátima

              Eu também tive essa sensação de infância e recordação, pois a imagem isto propicia.Muito grata pela sua gentil visita e consideração. Abraços

            • Nelson de Medeiros

              E x c e l e n t e!!!
              Perfeito o teu poema.

              1 ab

              • Lilian Fátima

                Grata. Fico muito feliz pela atenção. Abraços



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