Marçal de Oliveira Huoya

Revelação

Palavra
Que revela 
Mas não desvela 
Deixa o mistério 
No ar
O assassino da novela
Cada um com seu critério 
Para decifrar 
Vai da vida de cada qual 
Tiradentes ou Silvério 
Nem todo bem
É do bem
Nem todo mal
É do mal
Tudo pode ser acidental 
Cada um pensa 
O que lhe convém 
Nada é de ninguém 
E por isso poesia é vital 
Deve ter sangue nas veias 
A palavra deve ser total 
A sensação 
Não deve ser meia
Pulsar com as artérias 
A vida num sinal
Ritmo, som, fluxo,
Sopro de vida da matéria 
Num vendaval 
Não deve cultivar rima escrava 
Só para agradar o Senhor 
Tem que ser lavra 
Pois o Poeta é lavrador 
Tem que saber usar a palavra 
Com sentimento e calor
Mas o Poeta é um enganador
Parece ser quem não é 
Para confundir
E intrigar o leitor 
Que lendo
Pensará no que quiser 
Interpretará o que for 
Mas sem emoção 
Não tem ilusão 
Sem a alma de menino 
E o ofício de ator
O mundo inteiro ficará albino
E sem ter paixão 
Nenhuma tela tem cor...

  • Autor: Vênus (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 25 de Outubro de 2020 20:45
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 33

Comentários4

  • Maria dorta

    Maravilhosa composição. Parabéns pelo labor, pois compor tal primor deve custar suor ao compositor.

  • Ema Machado

    Disse muito! Em deliciosos versos. Nem tudo parece o que é, assim como sentencia a poesia... Aplausos!

  • lucita

    "E no meio do caminho , tinha uma pedra..."
    Que engano, a pedra era muito mais que mineral, era poesia!
    Obrigado poeta, pela partilha da sua inspirada obra!
    Boa semana!

  • Valdeci Malheiros de castro

    Linda e inspiradora poesia
    Parabéns.



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