Palavra
Que revela
Mas não desvela
Deixa o mistério
No ar
O assassino da novela
Cada um com seu critério
Para decifrar
Vai da vida de cada qual
Tiradentes ou Silvério
Nem todo bem
É do bem
Nem todo mal
É do mal
Tudo pode ser acidental
Cada um pensa
O que lhe convém
Nada é de ninguém
E por isso poesia é vital
Deve ter sangue nas veias
A palavra deve ser total
A sensação
Não deve ser meia
Pulsar com as artérias
A vida num sinal
Ritmo, som, fluxo,
Sopro de vida da matéria
Num vendaval
Não deve cultivar rima escrava
Só para agradar o Senhor
Tem que ser lavra
Pois o Poeta é lavrador
Tem que saber usar a palavra
Com sentimento e calor
Mas o Poeta é um enganador
Parece ser quem não é
Para confundir
E intrigar o leitor
Que lendo
Pensará no que quiser
Interpretará o que for
Mas sem emoção
Não tem ilusão
Sem a alma de menino
E o ofício de ator
O mundo inteiro ficará albino
E sem ter paixão
Nenhuma tela tem cor...
- Autor: Vênus (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 25 de outubro de 2020 20:45
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 33
Comentários4
Maravilhosa composição. Parabéns pelo labor, pois compor tal primor deve custar suor ao compositor.
Obrigado Poetisa
Disse muito! Em deliciosos versos. Nem tudo parece o que é, assim como sentencia a poesia... Aplausos!
Obrigado Mari
"E no meio do caminho , tinha uma pedra..."
Que engano, a pedra era muito mais que mineral, era poesia!
Obrigado poeta, pela partilha da sua inspirada obra!
Boa semana!
Obrigado Poetisa
Linda e inspiradora poesia
Parabéns.
Obrigado Valdeci
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