Sempre disseram: que " a saudade nos chega
quando o dia à tarde se entrega "
vindo a noite que sem dó, nos corrói.
as unhas nos crava, por dentro nos mói
Figura da morte, de capuz e foice cega.
Sempre disseram: " um segredo entre três
possível é se de uma só vez
matar dois, dos companheiros".
Quem espalhou isso primeiro
com certeza foi assim que ele fez.
Sempre disseram : "quem gosta de velho é museu"
assim o mais novo prevaleceu
sendo o antigo, vil, desprezado.
Mas ficará o novo rejeitado
se for o mais velho que enriqueceu.
Sempre disseram: " a morte ainda não é o fim"
Outros defendem no além um jardim
Falam até em paraíso eterno
Como crerei no céu ou no inferno
Se ninguém voltou e provou para mim?
Sempre disseram :"ladrão que rouba ladrão
tem cem anos de perdão "
se não reparte com o delegado
verá o sol nascer quadrado
apodrecerá na longa prisão.
Também disseram: "com Deus o pouco é muito"
Com o salário sempre muito curto
reclamo pois não sou nenhum ateu.
Não cobiço o que não é meu
pobreza não é defeito, mas surto.
Também disseram e findo com este ditado
nunca fui um homem apressado
amo a vida, sou humilde e manso
Mas se " a morte é mesmo descanso
Prefiro mil vezes viver sempre cansado ".
- Autor: Elfrans Silva (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 18 de setembro de 2020 01:22
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 16
Comentários2
Gostei bastante,
Bem questionativo, e afronta de forma sutil, dizeres antológico.
Abraços, Elfransilva
Poema de uma construção bem inteligente !
Parabéns poeta;
Abraço
"Saiu na chuva ? pra se molhar"
Ao ME DISSERAM , vou acrescentar
E ao Corassi, meu amigo ético
direi: se vim ao "MEU LADO POÉTICO"
Igual ele faz, também vou caprichar.
rsrsrs
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