UM VULTO NO CAFÉ LITERÁRIO
Na tarde em que a saudade me invadia,
sentei-me só, num canto isolado e frio;
minha alma, ali, de tudo era vazia,
e o peito se afogava em mar sombrio...
Ela chegou então — a luz do dia —
e, parecendo um anjo em desvario,
me sussurrou a dura profecia:
“Jamais serás amado, isto eu te fio...”
Seu tom não foi de mal nem de desdita,
mas sim de quem já viu além da vida
e que da causa já conhece o efeito!
Passaram-se mil sóis na minha lida,
e se cumpriu, enfim, a dor predita:
Jamais um amor leal veio ao meu peito!
Nelson de Medeiros
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Autor:
Nelson de Medeiros (
Offline) - Publicado: 24 de dezembro de 2025 09:35
- Categoria: Amor
- Visualizações: 4

Offline)
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