Eu aprendi isso com você:
o amor não se sustenta sozinho.
Ele precisa de algo invisível,
algo que fique quando o resto vacila.
Esse algo é a esperança —
não a minha, nem a sua,
mas a que construímos juntos.
Houve dias em que o amor cansou.
Dias em que a palavra falhou,
em que o gesto chegou atrasado,
em que o silêncio falou alto demais.
Foi a esperança mútua
que segurou nossas mãos
quando nenhuma certeza nos segurava.
Esperar um pelo outro
não foi fraqueza,
foi coragem compartilhada.
Enquanto eu duvidava,
você acreditava.
Quando o seu passo tremia,
era o meu que permanecia firme.
Assim o amor não caiu.
A esperança é isso:
o amor quando aprende a respirar
entre falhas,
a permanecer entre feridas,
a continuar sem prometer perfeição.
Ela sustenta o que ainda vale
quando tudo parece frágil.
Amar, descobri,
é confiar que o outro não desiste
no mesmo ritmo em que eu não desisto.
É saber que, mesmo em noites longas,
há dois corações escolhendo
esperar juntos o amanhecer.
Se hoje o amor ainda vive,
não é porque nunca foi ferido,
mas porque a esperança foi recíproca.
E onde dois esperam um pelo outro,
o amor encontra força
para ficar.
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Autor:
Sezar Kosta (
Offline) - Publicado: 22 de dezembro de 2025 16:28
- Comentário do autor sobre o poema: O afeto não se sustenta apenas pelo que foi vivido, mas pelo que se planeja cultivar. É como um jardim cuidado por quatro mãos: se apenas um rega, a terra encharca; se ninguém o faz, a vida seca. Dois corações só permanecem entrelaçados quando ambos acreditam, com a mesma intensidade, no amanhecer que virá. Essa fé compartilhada é o que converte o medo em abrigo e o silêncio em melodia. Quando o amanhã é um projeto comum, o agora ganha sentido. Afinal, o laço só se fortalece enquanto houver, em cada um, a certeza de ser o horizonte do outro.
- Categoria: Amor
- Visualizações: 6
- Usuários favoritos deste poema: Sezar Kosta, Luana Santahelena, Nelson de Medeiros

Offline)
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