JUCKLIN CELESTINO FILHO

CHORA A NATUREZA

Fito o céu, embora repleto de lumes,

Ouço  seus queixumes,

Sinto a tristeza

Da orbe celeste!...É que, choram as estrelas 

Porque os cegos não podem vê-las;

Chora o astral, magoado o coração,

O peito ferido

Porque a fonte secou,

E ele  não pode mirar-se nela,

A fonte bela,

Que de melancolia definhou;

Chora o vento amigo,

Gemendo  pelas fragas,

Carpindo as mágoas 

De um coração que chora

O pranto sentido

Porque as nuvens lhe negaram afeto;

Chora a madrugada 

De pranto tão orvalhada

Porque seu poeta a abandonou;

Chora a tarde

Sentindo a mágoa que a invade

Porque a fada

Da floresta encantada

Perdeu o viço e se escondeu 

Na mata fechada;

Chora a natureza,

Rolando o pranto 

Qual correnteza

No caudal da emoção 

Porque a tarde se despediu do dia,

E em prelúdio de nostalgia -- 

Divinal prece --

A noite entre a abóboda celeste aparece;

Chora o poeta, o pranto

Dorido tanto,

Porque sua alma entristeceu,

Graças à ingrata amada

Que  não lhe escutou os versos,

E coração perverso,

Não lhe voltou a face, e nenhum gesto 

De carinho, lhe dedicou então;

Chora também consigo,

A natureza, o pranto sentido,

Rolando tanto

Qual correnteza 

No caudal da emoção 

Porque seu poeta a abandonou!

 

  • Autor: Poeta (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 4 de Setembro de 2020 10:06
  • Categoria: Surrealista
  • Visualizações: 743

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