O Elo de
Sangue e Tinta
Claudio Gia, Macau RN, 20/11/2025
Em mil novecentos e setenta e um, o grito jovem de Porto Alegre acordou a memória que dormia em berço esplêndido e desigual, buscando na raiz o que foi plantado em mil seiscentos e noventa e cinco, quando, em um vinte de novembro, o corpo de Zumbi tombou, mas a alma de Palmares se ergueu como a verdadeira capital.
A luta atravessou os séculos, embolando o tempo e a dor, o quilombo virou ideia, virou praça, virou clamor, e o que era silêncio foi ganhando forma de lei e de respeito, passando por dois mil e onze, quando a nação enfim olhou, mas foi preciso esperar a tinta firme de vinte e um de dezembro.
Foi no ano de dois mil e vinte e três que a justiça se fez feriado, sob a lei quatorze mil setecentos e cinquenta e nove, unindo a ponta da lança antiga à caneta do presente, celebrando a consciência que não tem cor, mas tem valor, honrando a resistência que, desde Zumbi, jamais se move.
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Autor:
Claudio Gia (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 20 de novembro de 2025 00:57
- Categoria: Não classificado
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