Marçal de Oliveira Huoya

Trem

 

Meu destino

Não faz concessões,

Não adia prazos,

Não negocia, não regateia

Meu destino cobra, fatura

Dá deferimento

Executa, despeja, cumpre

Meu destino ignora os autos e a defesa

Não pede vênia

É rude e ignorante

Tem a sutileza de um elefante

Meu destino surge de repente

Meu destino chega

E não se apresenta

Entra sem ser convidado

Destampa na reta

Atropela e não dá socorro

Meu destino é um trem desgovernado

Meu destino bebe sem limite,

Dirige sem controle

O que tem controle não é destino

Meu destino é menino e inconsequente

Meu destino é indiferente

E não desiste...

  • Autor: Vênus (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 28 de Agosto de 2020 13:06
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 23

Comentários3

  • Maria dorta

    É me encanta e surpreende porque como trem me decarrilha! Bravo!

  • Cecilia

    Marçal, você igual ao seu destino, não titubeia, não desvia do assunto, não dá espaço a palavras bonitas ou frases de efeito, fala na lata. Vai firme , no trilho. Gostei.

  • Carlos Hades

    Bravo! Intenso, como eu gosto!

    • Marçal de Oliveira Huoya

      Obrigado Carlos. Na poesia a intensidade é imprescindivel, o problema é que conseguir transmitir isso nem sempre é possível. Temos "fases como a Lua, de andar escondida ou vir pra rua..."



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