Tinha dez anos, tão cedo cresceu
Mãe e pai enredados no vício sem fim
Infância perdida na sombra da rua
A vida trocada por fumaça e tortura
Nos olhos pequenos, o mundo escureceu
E o riso que um dia brilhou em seu rosto
virou cicatriz e choro exposto
Mas dentro do peito guardava esperança
sonhava ser livre, ter proteção, um lar onde a
dor não tivesse lugar, um colo que fosse apenas abraçar
E mesmo que o mundo tentasse apagar
sua força escondida insiste em brilhar
Mesmo ferida, pequena e sozinha
menina de dez, ainda és filha
Não conheceu jogos, nem risos, nem nada
Mãe refém do veneno da pedra
Trocava a filha por dinheiro que cega
A cada moeda que a noite trazia
A infância queimada em brasa e fumaça
A mãe se afundava, a filha morria
Brinquedo quebrado em mãos tão cruéis
um coração puro virando carcaça
Sou carne, sou vida, sou flor esmagada
Dentro de mim há uma alma cansada
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Autor:
Mara (
Offline)
- Publicado: 6 de setembro de 2025 20:36
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 3
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