Neural

CORASSIS



NEURAL


A caixa humana neural
tem vontade de escutar
durante toda a vida, milhões de discos de vinil
alguém fora da caixa inventou
outras formas de musicalidade
ficaram menos neurônios...
ficou saudade!
Ah, quantas células se despedem
e não voltam nunca mais ...
Todo processo vem
para o bem ou por maldade
desde que seja revolucionário
manter o martelo computadorizado
para apregoar sentimentos virtuais
no sítio de Manoel Florentino
não havia luz
hoje, já não há histórias nos quintais
todos escutaram que em outras cidades
se vive muito mais...
se alimenta melhor...
a verdade é bem menor:
se trabalha como se estivesse
guerreando...
se perdem de sonhos...
se acovardam de seus planos...
mais feliz por menos felicidade
a cada 12 horas marcadas 
o antibiótico talvez eficaz
a manter livres da morte os possíveis neurônios envelhecidos
ficar idoso, eu até não ligo?
quero apenas não esquecer
do tempo que ouvia na vitrola os vinis
de pessoas, poetas com seus neurônios gloriosos
e somente balas de anis.

  • Autor: CORASSIS (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 20 de agosto de 2025 17:31
  • Comentário do autor sobre o poema: Imagem de alexmogopro por Pixabay
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 7
  • Usuários favoritos deste poema: elfrans silva
Comentários +

Comentários2

  • Ema Machado

    Eita, poeta bom da moléstia! Apreciando!

  • Maria Ventania

    O envelhecimento é marcado pelas lembranças e pela visão de um novo mundo onde fica a sensação do "desencaixe". Lembramos o passado com amor e o futuro com receio. O presente é incerto em um mundo desconexo e seus desafios. Gostei muito, o poeta fala de si, das suas ações e pensamentos!!! Essa é uma das funções da poesia, visitar nosso EU e repassar pro papel as sensações. Sensacional!!! Beijos ao mestre.



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