PREDADOR

Edla Marinho



O mundo gira, gira mas não sai do lugar
Pensava e acreditava já ser passado
O tempo de a honra, com sangue lavar
Às mulheres, atribuído o pecado

 

Passou o tempo, proclama-se liberdade
Dorme-se em casa e na cama da namorada
Mas não mudou o conceito, na verdade
Como veem a mulher, me deixa chocada

 

Sua  vontade  vivia  amordaçada
Submissão, sem discutir, era  seu papel
Galgando espaços, longa caminhada
Muitas pensando que agora é céu

 

Como a cair de um sonho, vejo
Opinião da maioria de um povo atrasado
Apoia deles o pervertido desejo
Se estiver vestindo curto ou decotado

 

Essa falsa liberdade que ela tem vivido
É disfarce do retrógrado pensamento
A maioria dos que foram arguídos
Ainda a veem como objeto, eu lamento!


Edla Marinho 
26/03/2014

 

 

  • Autor: Edla Marinho (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 6 de agosto de 2025 18:51
  • Comentário do autor sobre o poema: Escrevi este quando, na ocasião li uma notícia sobre um ataque sofrido por uma moça e li alguns comentário dizendo que " também...vestida com essa roupa tão curta"... Fiquei muito indignada.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 14
  • Usuários favoritos deste poema: Versos Discretos, JT.
Comentários +

Comentários1

  • CORASSIS

    Tens homens que agem piores que animais!
    Alguns pela fala ou pela força contra as mulheres.
    Parabéns, nobre Edla.
    Abraço.

    • Edla Marinho

      Amigo Corassis, não é mesmo? Não sou do tipo que gosta de roupas muito atrativas por serem decotadas ou curtas, preso mais pela elegância, sem me expor muito.
      Mas acho um absurdo quem ainda culpa a mulher .
      Obrigada pelo comentário.
      Meu abraço!



    Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.