eu quero sentir menos medo
das coisas que me pertencem,
mas que eu tremo só de tocar.
do amor que não parte,
das conquistas que não cobram,
das alegrias que não pedem licença.
me assusta conquistar
e não saber onde colocar.
me assusta ser escolhida
sem precisar correr.
há um lugar me esperando —
e eu paro na porta
com o velho hábito
de não entrar.
tenho medo do que é inteiro,
porque aprendi a viver com metades.
me acostumei com a espera,
e agora não sei o que fazer
quando é minha vez.
às vezes, paro diante do que sonhei
como se fosse engano.
fico sem jeito de ser feliz,
como se fosse demais.
quero merecer sem me justificar,
quero viver sem me encolher,
quero sorrir e não olhar pro lado
procurando o erro que ainda não veio.
quero, enfim, viver o que é pra mim
sem medo de perder,
sem medo de ficar,
sem medo de ser.
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Autor:
Metamorfose (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 1 de junho de 2025 16:04
- Categoria: Amor
- Visualizações: 6
- Usuários favoritos deste poema: Metamorfose
Comentários1
Você merece colher todas as flores poéticas já como borboleta!
Já o medo nos pertence, como à coragem e o amor.
Colocastes como tua música, uma poesia linda de Belchior, isso também te tornas grande.
Abraço.
Que mensagem linda e generosa! Suas palavras são como um abraço em forma de verso — e sim, Belchior sabe transformar até o medo em algo que nos pertence, sem vergonha. Fico feliz que tenha sentido a música ali... Borboletas, flores e poesia são sempre melhores quando compartilhadas. Um abraço de volta, com gratidão!
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