Lá no fundo do quintal da minha infância,
tinha um sabiá que me ensinou segredos.
Não falou com palavras,
mas com o bater da asa
e o silêncio entre dois cantos.
Disse ele:
“Garoto, felicidade não tem cadeado.
É como cheiro de bolo:
se espalha, sem pedir licença.”
Desde então, fiz das minhas dores
sementes.
E do meu coração,
um ninho.
Voar não é fugir.
É lembrar que a alma
foi feita pra ir.
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Autor:
Sezar Kosta (
Offline)
- Publicado: 25 de abril de 2025 12:15
- Comentário do autor sobre o poema: (O MANUAL SECRETO DAS ASAS) Tem dias em que tudo o que a gente precisa é de um pouco de céu. De um vento no rosto, um "sim" dito no momento certo, um "não" dito sem culpa. Um espaço para ser quem se é — sem desculpas. Outro dia, olhando um passarinho na sacada, percebi que ele não se preocupava com likes, boletos, nem se a asa direita era mais bonita que a esquerda. Ele só... voava. Talvez a gente precise disso. Menos agenda, mais alma. Menos performance, mais verdade. Um par de asas e a coragem de usá-las.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 10
- Usuários favoritos deste poema: Sezar Kosta, Melancolia...
Comentários2
Tudo que precisamos é ser livres como um pássaro sem se preocupar com nossas asas. Belo poema poera. Boa tarde.
Que beleza há nas tuas palavras… como se o sabiá fosse a voz silenciosa da sabedoria, nos ensinando que a felicidade, assim como o aroma do bolo, encontra seu caminho sem pedir permissão. Transformar as dores em sementes e o coração em ninho é uma escolha corajosa. Voar não é apenas liberdade, é um retorno à nossa essência, ao que fomos feitos para ser.
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